Quando lecionava eu dizia para meus alunos (as) que Direito é ARTE, técnica e norma. E dessa forma todo final de ano eu promovia um show no auditório da faculdade denominado de ARTISTAS DO DIREITO, que era uma loucura.
Aparecia o pessoal do rap, as dançarinas do funk, do pagode etc. No último foi dedicado a história da MPB. Eu estava atacado de bronquite e não dava para adiar porque não havia mais tempo com o semestre se findando. A aluna que cantaria a música negra brasileira dos anos 70 (Tim Maia, Cassiano etc,), não pode vir e tive que entrar para não deixar essa lacuna.
A intenção era mostrar que enquanto os negros norte-americanos (como os “Panteras Negras”), estavam nas ruas lutando pelos direitos civis, o povo preto no Brasil estava exaltando o amor nas canções, pois era proibida pela ditadura manifestações contestatórias. Pois bem, na cara-de-pau subi ao palco com o auditório superlotado, sem ensaio, sem lembrar direito as letras das músicas, além, de desafinar e atravessar o compasso (KKKK). Meus alunos a mesma coisa.
Cada um trouxe de casa seu instrumento. O baterista teve dificuldade inicial de pegar o ritmo. Quando eu estava subindo ao palco alguém me avisou que o ex-radialista, Valdir Serrão, havia falecido. Eu rapidamente dediquei o show a memória dele.
A vida exige de nós muita capacidade de improvisação. Enfim, recebi esse vídeo de uma aluna e compartilho com você e família. O que seria de nós, sem as memórias, sem as lembranças.
FELIZ 2024! ASSISTA VÍDEO:
Por Paulo jornalista