Éden Valadares e Lúcio Vieira Lima, respectivamente dirigente-mor estadual do PT e presidente de honra do MDB, têm um impasse que precisa ser resolvido em curto espaço de tempo e com uma certa urgência.
Valadares, na sua mais recente entrevista, concedida ao programa Linha de Frente, da TV Aratu, se mostrou bastante confiante de que o MDB vai apoiar Waldenor Pereira, pré-candidato do PT a prefeito de Vitória da Conquista.
O apoio do MDB ao prefeiturável do PT seria a contrapartida pela escolha do vice-governador emedebista Geraldo Júnior como o nome da base aliada para disputar a sucessão de Salvador. "O PT irá se dedicar em não só apoiar como participar ativamente da campanha do vice-governador Geraldo Júnior", declarou Valadares.
O problema é que Lúcio Vieira Lima já disse, de maneira incisiva, por mais de duas vezes, que não abre mão da pré-candidatura da vereadora Lúcia Rocha (MDB) à Prefeitura de Vitória da Conquista. Declarou, com todas as letras maiúsculas, que o partido, obviamente se referindo ao MDB, "não pretende retirar a pré-candidatura de Lúcia Rocha. E mais: que a escolha de Geraldo Júnior "não mudou em nada a disputa eleitoral no Sudoeste da Bahia".
Lúcio, tido como um político sagaz, capaz de "mamar até em onça ferida" para conseguir seus objetivos, como bem definiu Raul Monteiro, do site Política Livre, ainda disse, em tom de advertência, que o governador Jerônimo Rodrigues, nas cidades com dois candidatos da base aliada, "não subirá em nenhum palanque ou subirá nos dois".
Éden Valadares só espera o momento certo para dizer para Lúcio que o apoio do MDB a Waldenor Pereira seria o melhor caminho para unir o PT em torno da pré-candidatura de Geraldo Júnior. Do contrário, o partido vai continuar rachado, facilitando assim o segundo mandato de Bruno Reis (União Brasil), a sua permanência por mais quatro anos como chefe do Palácio Thomé de Souza.
Lúcio, por sua vez, vai dizer a Éden que a edil Lúcia Rocha está na frente em todas as pesquisas de intenções de voto, que obteve mais de 21 mil votos no pleito de 2022 para o Parlamento estadual. Vale lembrar que Lúcia já foi eleita oito vezes para o Legislativo municipal.
Pessoas mais próximas da vereadora Lúcia, que tem dito que vai levar sua legítima pretensão até o fim do processo sucessório, querem um plano B, outro abrigo partidário caso o PT consiga convencer os irmãos Vieira Lima de que o apoio do MDB a Waldenor é imprescindível para que o lulopetismo soteropolitano, incluindo aí a ala esquerda do Partido dos Trabalhadores, se una em torno da pré-candidatura de Geraldo Júnior.
O imbróglio PT versus MDB, se permanecer sem uma solução, vai se transformar no maior "cabo eleitoral" da reeleição de Bruno Reis, consolidando seu favoritismo.
Pelo andar da carruagem, com esse pega-pega entre PT e MDB, a opinião de que a fatura pode ser liquidada logo no primeiro turno vai ficando consistente. De dez eleitores, oito afirmam que Bruno Reis será reeleito sem precisar da segunda etapa eleitoral.
Só resta a Bruno Reis, diante desse impasse entre petistas e emedebistas, que tende a se agravar, dizer um "muito obrigado" ao PT e MDB.