Alguns dizem que nasceu com mais sorte, e que em detrimento disto, passaram menos dificuldades, mas nestas lições que aprendemos diariamente, eu fico a me indagar: o que será realmente dificuldade? Muitas vezes vemos uma pessoa pobre com dificuldades financeiras, porém em um lar feliz, e por outras vezes vemos pessoas ricas financeiramente em um lar infeliz, daí podemos deduzir que a felicidade não é "sine qua non", para aqueles que financeiramente são ricos.
Feito este preâmbulo, dedico este artigo a falar de algumas pessoas que conheci e convivi ao longo da minha vida, em especial na minha experiência vivida ao longo de trinta e dois anos laborando na Polícia Civil da Bahia, instituição que adentrei através de concurso público no ano de 1988.
Ao ser nomeado, tive a honra de trabalhar sob o comando do delegado Jacinto Alberto Corrêa da Silva, integrando de logo o setor de investigações da 5a Delegacia - Periperi, onde também conheci os saudosos colegas, Eulino Mendes Peixoto (Chefe do S.I.), Antônio Fernando Bastos de Assis, grande policial Fernandinho, Jorge Manoel Nolasco Ferreira, Daniel Bonfim, Wandick Pessoa (infelizmente todos falecidos), e mais Edson Salvador, salvo o engano, esta era a principal equipe linha de frente de policiais naquela época. Nos orgulhávamos da nossa equipe, a qual com toda certeza combateu a criminalidade no subúrbio ferroviário durante anos, enaltecendo o nome da instituição. Naquela época, em quase todas as unidades policiais, havia delegados competentíssimos e suas equipes que sempre os acompanhava, quando ocorria as remoções, as famosas "danças das cadeiras". Lembro de grandes delegados como Almiro Nepomuceno, Eupio Lyra, Walquíria Barbosa, Manoel Amado Bahia, Joselito Bispo, Sérgio Malaquias, Osman Bagdê, Vitória Régis, Geraldo José Souza Costa, Nilton José, Deraldo Damasceno, Jardel Perez, Amoedo, Edimilson Nunes de Almeida, Cândido Vacareza, Magalhães, Rodeiro, Valdir Gomes Barbosa, João Laranjeira, Jacques Valois, muitos diversos delegados, peço desde já desculpas pelo lapso do esquecimento em não conseguir lembrar de todos. Tínhamos excelentes investigadores também, Daniel Gentili, Juca, Adauto, Menandro, Valter Ratão, Humberto Teixeira, Gerson Monção, Barbosinha, Ibirá, Valdez, enfim, da mesma forma peço desculpas por esquecer de muitos outros, mas era isto a polícia civil da Bahia, um seleto grupo de profissionais de polícia da melhor qualidade.
Dentre as unidades em que servi, lembro que no ano de 1993, inauguramos o COE, onde tive a honra de fazer parte da primeira equipe formada no centro de operações especiais.
Destaco nesta minha trajetória laboral, que dentre os delegados chefes que ocuparam o cargo maior dentro da instituição, tivemos três delegados que nos honraram e nos abrilhantaram com as suas excelentes gestões, sendo eles: Edimilson Nunes de Almeida, Joselito Bispo dos Santos, Jacinto Alberto, os quais têm em comum a ascensão profissional, visto que Edimilson e Jacinto, foram Escrivães de Polícia, enquanto Joselito foi Investigador.
Gostaria de dedicar este parágrafo ao delegado que reconheço como o maior abnegado da nossa instituição, ao ser humano que dedicou por amor, por carinho e por afeto, afeto este transmitido pelo seu saudoso genitor escrivão de polícia Dante Correia, o qual ele sempre trazia em forma de fotografia, homenageando-o em todas as delegacias, departamentos e gabinete de delegado chefe, onde nos deu a honra de nos representar. Pois é delegado Jacinto Alberto, não poderia deixar de lhe humildemente prestar esta homenagem em vida, após os seus 44 anos dedicados com bravura e amor a esta instituição. O probo delegado viveu e vive 24 horas dentro do seu sangue o DNA POLÍCIA, passando alegrias, tristezas, saudades, aborrecimentos, mas com certeza nunca arredou um milímetro do seu objetivo, que foi orgulhar o seu saudoso pai.
Exemplos como Jacinto Alberto, Edimilson Nunes, Joselito Bispo, dentre outros, servem para todos nós policiais, civis da Bahia, ativos ou aposentados, como eu, para levarmos para o resto das nossas vidas, acreditando sempre que apesar dos percalços que a vida nos impõe, existe pessoas que vão nos fazer nos orgulhar, por termos conhecido, convivido, aprendido e conseguido mudar, buscando sempre ser um ser humano melhor. Parabéns ao grande xerife da Bahia, meu eterno chefe e querido amigo Jacinto Alberto Correia da Silva.
Bel Luiz Carlos Ferreira de Souza - Brasileiro, baiano, casado, 61 anos, servidor público aposentado pelo estado da Bahia, atualmente reside no estado do Rio Grande do Sul, com formação técnica em redator auxiliar, acadêmico em História, Direito, pós-graduado em Ciências Criminais, política e estratégia e mestrando em políticas públicas.
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