No que diz respeito à sucessão da irmã e vizinha Ilhéus, o eleitorado da nossa princesinha do sul da Bahia quer saber quem está faltando com a verdade, se o prefeito Mário Alexandre (PSD) ou o vice Bebeto Galvão (PSB).
Tá ficando feio o pega-pega entre o chefe do Executivo e o suplente de senador pelo Partido Socialista Brasileiro, que tem todo o direito de sonhar com o comando do cobiçado Palácio Paranaguá. Vale lembrar que o alcaide, por força da legislação eleitoral, está impedido de buscar o terceiro mandato consecutivo, já que foi reeleito.
Em entrevista ao programa Tabuleiro, Bebeto Galvão declarou, com todas as letras maiúsculas, sem pestanejar, que o então candidato a prefeito Mário Alexandre teria prometido a ele que não seria candidato à reeleição. "Em 2024 voltaremos a conversar e você será o meu candidato", teria dito o prefeiturável Mário Alexandre.
"As pesquisas indicavam que meu nome ajudava a definir um quadro eleitoral positivo para ele. Eu não tinha interesse a ser candidato a vice em 2020", disse Bebeto. Como não bastasse, citou como testemunhas do suposto acordo os ex-governadores Jaques Wagner e Rui Costa, ambos do PT.
No mesmo Tabuleiro, salvo engano dois ou três dias depois do desabafo do vice-prefeito, o atual gestor, Mário Alexandre, ao ser questionado sobre o compromisso com Bebeto, disse, também sem pestanejar, que não teria feito nenhum acordo com o seu então companheiro da majoritária. "Não prometi nada a ninguém", declarou Marão, como é mais conhecido.
Quem acompanha o disse pra lá e disse pra cá, torcendo para que as labaredas fiquem mais intensas, é o trio oposicionista formado pelo ex-alcaide Jabes Ribeiro, o ex-vice-prefeito Cacá Colchões, ambos do PP, e o empresário Valderico Júnior (União Brasil). Todos prefeituráveis.
A deputada federal Lídice da Mata, presidente estadual do PSB, mais cedo ou mais tarde, terá que se posicionar sobre o imbróglio, que tende a ficar mais intenso com a proximidade das convenções partidárias. O que se espera é que a parlamentar fique a favor do companheiro de partido. Com efeito, a dirigente-mor do socialismo da Boa Terra deveria levar o assunto para o conselho político da base aliada jeronista.
O eleitor da vizinha e irmã Ilhéus quer saber quem tem razão nesse bafafá entre o prefeito e o vice, quem está faltando com a verdade. Uma boa parcela do eleitorado, lembrando da estória de Pinóquio, já começa a dizer que vai observar o nariz de Marão e Bebeto.
A sucessão de Ilhéus, assim como a de Itabuna, promete fortes emoções, surpresas e sobressaltos.
PS (1) - Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que o prefeito Mário Alexandre não vai apoiar o vice Bebeto Galvão na disputa pela Prefeitura de Ilhéus. O bom conselho para o suplente de senador é buscar outra alternativa, sair da ingenuidade, sob pena de ficar como uma espécie de "bobo da corte" do processo sucessório. Nessa situação, o melhor caminho é o da rebeldia, do rompimento político.
PS (2) - O PSB não pode ficar aceitando o papel de coadjuvante imposto pelo lulopetismo. Em todo processo eleitoral, o partido é tratado como se não tivesse importância nenhuma. A sucessão de Salvador é o mais recente exemplo de desdém do PT com o PSB.
Marcos Wense | Coluna Wense (20.01.2024)