ARTICULISTAS CADÊ A TRANSALVADOR?
Retrato do caos
Como justificar o malabarismo dos espertos guardadores que cobram o dobro do valor exigido no estacionamento da Concha, cujas vagas improvisadas não oferecem o mínimo de segurança?. Como diz o povo, o buraco é mais embaixo.
24/01/2024 11h38 Atualizada há 10 meses
Por: Carlos Nascimento Fonte: Por Jorge Braga Barretto

A total falta de fiscalização por parte do poder público deixa a cidade de Salvador entregue ao Deus dará. É um verdadeiro balde de água fria nos turistas que nos visitam. Os desmandos ocorrem nas mais diversas áreas, com ruas e avenidas transformadas em centenas de canteiros de obras inacabadas, sem falar nas constantes modificações no tráfego que antecipam o retrato do caos, à medida que o Carnaval se aproxima.

Como morador na Avenida Orlando Gomes, fica fácil perceber o abuso da Transalvador ao permitir a colocação de blocos de cimento impedindo o acesso à Av. Paralela, obrigando um longo retorno de aproximadamente 6 km, apenas para atender os interesses dos empresários e artistas, pouco importando o estresse e o custo de tais manobras aos usuários. Tem se tornado praxe durante os shows no Wet'n Wild, sem qualquer aviso prévio, o que não se justifica tem mais: a bagunça não para por aí.

Tive o desprazer de batalhar pelo acesso ao estacionamento da Concha Acústica dificultado pelos guardadores de rua que, beneficiados com a ausência e omissão dos agentes de trânsito da Transalvador, utilizam cones para impedir a passagem dos veículos, só logrando êxito quando tomei a iniciativa de retirar um dos cones e seguir em frente, sendo surpreendido ao perceber que o estacionamento da Concha tinha espaço suficiente para muitos veículos.

Foi sofrimento duplo, na sexta com o magnífico show de Luiz Caldas e no domingo, com o incomparável Roupa Nova. Os baianos e turistas não merecem tamanho constrangimento e desconforto. E dizer que duas visitantes estrangeiras convidadas testemunharam tudo e ficaram surpresas com o péssimo exemplo. Para quem tem a pretensão de curtir o período de festas, melhor deixar o veículo em casa, principalmente no período momesco. Como justificar o malabarismo dos espertos guardadores que cobram o dobro do valor exigido no estacionamento da Concha, cujas vagas improvisadas não oferecem o mínimo de segurança?.

Como diz o povo, o buraco é mais embaixo.

Jorge Braga Barretto

Contato: jbbarretto@gmail.com

(*) Publicado no Jornal A Tarde, (Espaço do Leitor), edição de 24.01.2024.