O conceituado blog Pimenta, na edição de ontem, terça (30), conta os detalhes do encontro entre o prefeito de Itabuna Augusto Castro (PSD) e os irmãos Vieira Lima, que aconteceu na semana passada em Salvador.
Politicamente falando, nada mudou em relação a decisão do MDB, que tem Lúcio como presidente de honra, de apoiar o ex-alcaide Geraldo Simões, pré-candidato do PT na disputa pelo cobiçado comando do centro administrativo Firmino Alves.
Os irmãos Vieira Lima ratificaram, sem deixar nenhum resquício de dúvida, sem fazer arrodeios, indo direto ao assunto, que o apoio a Geraldo é irreversível. Matematicamente falando, 2+2=4.
Na entrevista concedida ao Pimenta, Lúcio disse que a conversa com Augusto foi "num ambiente de perfeita harmonia de relações humanas, não de harmonia política". Augusto revelou que foi bem recebido por Lúcio e pelo ex-ministro Geddel, mas que "não existe nada pontual, nada definido".
Esse "nada definido" faz com que o caro e atento leitor diga que Augusto ainda acredita em uma reviravolta, que está esperançoso de que os irmãos Vieira Lima vão terminar apoiando o segundo mandato. O otimismo também faz parte do processo político.
O que chamou mais atenção nessa passagem de Augusto por Salvador, onde também se reuniu com o governador Jerônimo Rodrigues (PT), foram duas declarações: 1) a de que vai ter uma nova conversa com o chefe do Palácio de Ondina "para discutir a unidade da base aliada em Itabuna". 2) que está procurando dialogar "com as legendas que não fazem parte da base do governo na Bahia e com partidos ligados à direita".
A declaração de número 2 se encaixa perfeitamente no Republicanos. A possibilidade do União Brasil, PL e PDT apoiar à reeleição de Augusto é inexistente, contrariando a máxima de que na política tudo é possível. É melhor apostar que alguém pode encontrar, em 30 segundos, uma pequenina cabeça de alfinete em um grande palheiro.
Sobre a unidade da base aliada, o PT é o mais desalinhado. Tem PT 1, que defende candidatura própria, e PT 2, que quer a legenda apoiando o segundo mandato do chefe do Executivo. O PT augustiniano tem o deputado estadual Rosemberg Pinto como sua liderança-mor. O parlamentar petista é quem vai indicar o vice de Augusto.
Seria muita ingenuidade do gestor acreditar que o PT 1, representado por Geraldo Simões, vai fazer as pazes com o PT 2, ficando ao lado do vereador e companheiro de partido Manoel Porfírio no palanque da reeleição.
Augusto Castro já tem como favas contadas o apoio de 10 legendas. A missão é chegar a 13, o número que identifica o Partido dos Trabalhadores. Se é ou não uma pirraça, é outro problema. Obviamente que me refiro ao PT ligado a Geraldo Simões.
PS (1) - A grande curiosidade da sucessão de Itabuna diz respeito à federação "Brasil da Esperança". Como se comportariam o PCdoB e PV com a candidatura de Geraldo Simões (PT) ? O Partido Comunista do Brasil e o Partido Verde deixariam seus cargos no governo Augusto Castro (PSD) ?
PS (2) - Seria muito estranho e inaceitável que o PCdoB e PV continuassem usufruindo das benesses inerentes ao poder, com seus militantes e suas principais lideranças recebendo em dia seus bons salários, e usar, sem nenhum tipo de constrangimento, o horário eleitoral da federação para divulgar seus candidatos à Câmara de Vereadores.
PS (3) - No mais, esperar como esse imbróglio envolvendo as três legendas que formam a federação vai terminar. No frigir dos ovos, o manda quem pode, obedece quem tem juízo, será acionado. Vem de cima para baixo, o que não é nenhuma novidade no movediço e traiçoeiro mundo da política.
COLUNA WENSE, QUARTA-FEIRA, 31.01.2024.