Bruno Reis, postulante a um segundo mandato (reeleição) a prefeito de Salvador pelo União Brasil, gostou da declaração do ministro do Turismo Celso Sabino. Comemorou efusivamente.
Sabino é do mesmo partido do chefe do Palácio Thomé de Souza, que tem o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) como principal adversário no pleito sucessório soteropolitano.
O ministro do governo Lula 3 disse, com todas as letras maiúsculas, que "a probabilidade do União Brasil apoiar a reeleição do presidente Lula em 2026 é maior do que a de seguir um caminho diferente".
Vale lembrar que Ronaldo Caiado pretende disputar a sucessão presidencial de 2026 pelo União Brasil. "Vou trabalhar para obter o apoio do ex-presidente Bolsonaro", afirmou o governador de Goiás, que não precisou nem das entrelinhas para deixar bem claro que o "mito" não vai conseguir reverter a inelegibilidade.
Na sua última visita a capital, o mandatário-mor da República fez questão de deixar o recado de que não vai prejudicar a governabilidade participando do processo eleitoral nas cidades que a disputa envolve candidatos de legendas que dão sustentação política ao governo no Congresso Nacional.
Como Lula quer o quarto mandato, e o União Brasil é importante para sua conquista, o morador mais ilustre do Alvorada vai tratar o partido de ACM Neto, que é o secretário nacional da legenda, com muito carinho.
A presença de Lula na campanha do vice-governador Geraldo Júnior (MDB), escolhido para ser o representante da base aliada jeronista na sucessão de Salvador, vai ficando cada vez mais complicada.
Como não bastasse a alegada governabilidade, tem agora importantes lideranças do União Brasil dizendo que o partido caminha a passos largos para apoiar o quarto mandato de Lula.
Salta aos olhos que ter o apoio das três principais lideranças do PT da Boa Terra - governador Jerônimo Rodrigues, ministro Rui Costa e o senador Jaques Wagner - é de suma importância para o prefeiturável Geraldo Júnior. A ausência de Lula, no entanto, tido como um invejável "cabo eleitoral", é uma espécie de, digamos, "tiro de misericórdia".
De agora em diante, com todo esse cafuné do União Brasil no petista-mor, a ordem no staff de Bruno Reis é não fazer nenhuma crítica ao governo Lula 3. O mesmo vale para ACM Neto, que em priscas eras prometeu dar uma surra em Lula.
O favoritismo de Bruno Reis, que pode liquidar a fatura logo no primeiro turno, é também motivo para justificar a decisão de que Lula deve se manter distante da sucessão de Salvador.
Pelo andar da carruagem, o lulismo soteropolitano e os partidos aliados vão ter que se virar sem a presença do sofisticado "cabo eleitoral".
COLUNA WENSE, QUINTA-FEIRA, 01.02.2024