A disputa por uma vaga no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) é mais uma prova de que o PCdoB continua escanteado, sem força política no governo Jerônimo Rodrigues (PT).
Esse "mais" se refere a sucessão de Salvador, que tem o prefeito Bruno Reis como postulante ao segundo mandato pelo União Brasil. O alcaide pode, conforme pesquisas de intenções de voto, liquidar a fatura logo no primeiro turno.
A deputada estadual pela legenda comunista, Olívia Santana, que queria ser o nome do lulismo soteropolitano no pleito pelo comando do Palácio Thomé de Souza, foi literalmente descartada. Trataram sua pré-candidatura com desdém.
O escolhido para tentar quebrar a hegemonia política do netismo na capital foi o vice-governador Geraldo Júnior, do MDB dos irmãos Vieira Lima: Geddel, ex-ministro da Integração Nacional do então governo Lula, e Lúcio, presidente de honra da legenda.
Abrindo um parêntese, o engraçado é o segmento do PT de Ilhéus contrário à indicação de Adélia Pinheiro como pré-candidata do partido na sucessão de Mário Alexandre (PSD). O argumento usado é que Adélia já foi carlista. Mas se cala em relação a Geraldo Júnior.
Agora vem a disputa no TCM e escancara de vez o tratamento dado pelo governismo ao PCdoB. A pretensão do deputado Fabrício Falcão por uma vaga no tribunal, que só conta com cinco assinaturas, incluindo a dele, não é levada a sério.
O petista Paulo Rangel, cuja eleição é dada como favas contadas, já tem 38 assinaturas. Marcelo Nilo (Republicanos), ex-deputado federal, tem 19.
O que chama atenção não é a frente de Rangel. Mas sim a ingenuidade de Fabrício Falcão, destacada liderança do PCdoB, em achar que pode sair vitorioso na disputa pela cobiçada vaga no TCM, hoje um tribunal eminente político.
A ingerência de grupos políticos nos tribunais é cada vez mais afrontosa. Diria até que assustadora.
COLUNA WENSE, QUINTA-FEIRA, 08.02.2024