Nos defrontamos com dois tipos de bolsonaristas: com aspas e sem o sinal de pontuação, geralmente usado para destacar alguma palavra ou expressão.
Para uma melhor compreensão do caro e atento leitor, sendo portanto mais didático, o bolsonarista sem aspas é o verdadeiro, também chamado de bolsominion. O aspeado é do Paraguai.
Em comum entre eles, o fato de serem antipetistas e destestarem a cor vermelha. Adoram ser rotulados de patriotas, como se somente eles amassem o Brasil.
Conheço muita gente que é "bolsonarista" porque Jair Messias Bolsonaro é o adversário mais duro do presidente Lula. Se aparecer outro nome que tenha força política e viabilidade eleitoral para derrotar o petista-mor, o "bolsonarista" com aspas passa a defender essa nova opção.
Os "bolsonaristas" comungam com a opinião de que o ex-chefe do Palácio do Planalto, derrotado na sua tentativa de se reeleger, é um pseudo-democrata, que pregou publicamente o respeito à Constituição, mas, sorrateiramente, na calada da noite, tramou o golpe, jogando o discurso das "quatro linhas" na lata do lixo.
O que terminou evitando o golpismo de 8 de janeiro foi a incompetência de seus idealizadores. Esses, sim, despatriotas, inimigos do Estado Democrático de Direito, figuras putrefatas.
O pior é que uma parcela significativa do eleitorado ainda continua acreditando que Bolsonaro é mesmo um "mito". Tenha santa paciência!
PS (1) - Em relação a já discutida sucessão presidencial de 2026, os aspeados bolsonaristas torcem para que apareça um candidato que possa evitar o governo Lula 4. Esse presidenciável seria Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo.
PS (2) - Se o chefe do Palácio dos Bandeirantes não mostrar que tem possibilidade de enfrentar à reeleição de Lula, o caminho dos "bolsonaristas" passa a ser, por falta de alternativa, já que a inelegibilidade de Bolsonaro é dada como irreversível, o de apoiar a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
PS (3) - Vale lembrar que o governador do Estado de São Paulo, o maior colégio eleitoral do país, filiado ao Republicanos, legenda cada vez mais próxima do governo Lula, não tem a confiança do bolsonarismo. É um olho no padre, outro na missa, como diz a sabedoria popular.
COLUNA WENSE, SEGUNDA-FEIRA, 12.02.2024.