O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) convocou seus apoiadores para um ato “em defesa do Estado democrático de direito” em 25 de fevereiro às 15h na av. Paulista, em São Paulo. Segundo ele, a manifestação será para se defender de “todas as acusações” que têm sofrido nos últimos meses.
Bolsonaro é alvo da operação “TEMPUS VERITATIS”. Na 5ª feira (8.fev), a PF (Polícia Federal) cumpriu 33 mandados de busca e apreensão, 4 mandados de prisão preventiva e 48 medidas alternativas contra o ex-presidente e seus apoiadores por suposta tentativa de golpe de Estado para mantê-lo na Presidência da República. O passaporte do ex-presidente foi apreendido e está com a Polícia Federal.
Em vídeo compartilhado nas redes sociais, Bolsonaro pediu para apoiadores não levarem cartazes e faixas “contra quem quer que seja”. O ex-presidente ainda pediu para as pessoas que forem comparecer usarem roupas nas cores verde e amarelo.
Disse querer uma fotografia para mostrar ao Brasil e ao mundo a união do povo brasileiro, as preocupações e que eles querem Deus, pátria, família e liberdade.
Assista convocação (1min25s):
Dia 25, evento na Paulista, apenas. Grato pela compreensão.
Jair Bolsonaro.
Tarcísio confirma: vai à manifestação em apoio a Bolsonaro
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que irá à manifestação a favor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) marcada para o dia 25 de fevereiro, um domingo, na avenida Paulista. “É uma manifestação pacífica a favor do [ex-] presidente, e estarei ao lado dele, como sempre estive”, afirmou o governador à CNN Brasil. Para a data, é preparado um ato em apoio ao ex-presidente e em defesa do estado democrático de direito, na Avenida Paulista, em São Paulo.
Já o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), ainda não confirmou presença. Segundo a imprensa, Nunes vive um dilema, sendo pressionado por uma parte de seu partido para não ir, enquanto outros querem que ele vá para, definitivamente, conquistar o apoio dos eleitores de Bolsonaro nas eleições municipais deste ano. O ‘Partido Liberal (PL) deve mesmo apoiar Nunes, mas o eleitoral de fato ainda não “comprou” completamente a ideia.
O pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, alugou um trio elétrico para a manifestação, que promete ter um grande público. O religioso foi o primeiro a pedir, publicamente, em seu canal no Youtube, que o ex-presidente convocasse manifestações pacíficas em repúdio às recentes decisões de Alexandre de Moraes, a quem Malafaia chama de “ditador”. Bolsonaro fez uma convocação para o ato, pedindo, porém, que quem for não leve cartazes contra ninguém em específico.
Demissão de investigado
A Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp) confirmou a demissão do major da reserva do Exército Angelo Martins Denicoli pelo governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). A demissão ocorreu na segunda-feira (12).
A Polícia Federal (PF) diz que Denicoli, que ocupava o cargo de assessor especial da Prodesp, teria participado de uma “tentativa de golpe de Estado” e integrado o “núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral”.
poder360.com.br/
Gleisi critica ato de Bolsonaro: “NUNCA RESPEITOU A DEMOCRACIA”
Presidente do PT chama ex-presidente de “chefe terrorista” e diz ser “chocante” ver a mídia normalizar a convocação.
A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), disse nesta 5ª feira (15.fev.2024) ser “estarrecedor” que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) queira convocar um ato em defesa da democracia. De acordo com ela, o ex-chefe do Executivo “nunca respeitou” e ainda tentou “abolir” o regime democrático em uma suposta tentativa “fracassada” de golpe de Estado.
Na 2ª feira (12.fev), Bolsonaro convocou seus apoiadores para uma manifestação em 25 de fevereiro, às 15h, na avenida Paulista (SP), para se defender de “todas as acusações” que tem sofrido nos últimos meses.
“Não há nada de normal quando a democracia e liberdade de expressão são invocadas pela boca de quem quis destruí-las, de quem atentou contra esse mesmo Estado Democrático de Direito que agora invoca”, declarou Gleisi em seu perfil no X (ex-Twitter). Segundo ela, o ato na Paulista será para o ex-presidente “contrapor” o processo legal, “já que as provas contra ele e sua turma não param de aparecer”.
A presidente do PT chamou Bolsonaro de “chefe terrorista” e “fascista” e disse que agora ele quer “vestir o manto da democracia para mais uma vez atacá-la”. Por fim, afirmou que nem o ex-presidente, nem a “absurda” convocação podem ser “normalizados” pela mídia, “sob o risco de normalizar a mentira, o desrespeito à lei e às instituições e a barbárie”.
Para ela, Bolsonaro é “contra” a Constituição e não há “legitimidade” no ato. “Não podemos flertar com o perigo”, declarou.
Bolsonaro é alvo da operação Tempus Veritatis. Em 8 de fevereiro, a PF (Polícia Federal) cumpriu 33 mandados de busca e apreensão, 4 mandados de prisão preventiva e 48 medidas alternativas contra o ex-presidente e seus apoiadores por suposta tentativa de golpe de Estado para mantê-lo na Presidência da República.
O passaporte do ex-presidente foi apreendido e está com a Polícia Federal. A defesa pediu a devolução do documento.
MANIFESTAÇÃO CONTRÁRIA
É estarrecedor ver Bolsonaro convocar um ato “em defesa do estado democrático de direito” que ele nunca respeitou e tentou abolir em sua fracassada tentativa de golpe! E é chocante ver a mídia normalizar esse chamado e o próprio ato, tratando como coisa normal. Sem conotação crítica.
Direito de defesa deve ser garantido a todos; e Bolsonaro terá oportunidade de exercê-lo, em condições que foram negadas a outros na história recente. Mas não há nada de normal quando a democracia e liberdade de expressão são invocadas pela boca de quem quis destruí-las, de quem atentou contra esse mesmo Estado Democrático de Direito que agora invoca. Vamos lembrar quem é Bolsonaro:
. Sempre defendeu a ditadura, a tortura e os torturadores;
. Seu primeiro ato na presidência extinguiu os mecanismos de participação social nas políticas públicas;
. Seus primeiros decretos visaram a armar, municiar e incentivar bandos fascistas e de milicianos;
. Montou um gabinete do ódio no Planalto para disseminar mentiras e ameaças contra todo e qualquer adversário;
. Montou uma Abin Paralela para espionar adversários e até ministros de Tribunais Superiores;
. Usou o Sete de Setembro para ameaçar as instituições e ofender ministros do Supremo;
. Ameaçou fechar o STF (“basta um cabo e um soldado”, na voz de um de seus filhos e cúmplices);
. Convocou desfile de tropas em Brasília para intimidar a Câmara no dia da votação do projeto do voto impresso;
. Tentou desacreditar o sistema eleitoral, inclusive diante do corpo diplomático, atacando a urna eletrônica;
. Faltando três meses para as eleições presidenciais, com pesquisas prevendo sua derrota, reuniu o ministério para cobrar ação contra o adversário, a Justiça Eleitoral e o STF;
. Na mesma reunião, tratou de espionagem de campanhas, “virada de mesa” e medidas para impedir a eleição de Lula;
. Derrotado nas urnas, não reconheceu a vitória do adversário nem a legitimidade do processo eleitoral; tentou de todas as formas encontrar fraudes inexistentes;
. Incentivou ocupações de rodovias e acampamentos diante de quartéis, financiados clandestinamente e tolerados por comandantes militares; de onde partiram a baderna de 12 de dezembro, dia da diplomação de Lula, e o atentado a bomba contra o aeroporto de Brasília na véspera do Natal;
. Preparou um decreto ilegal de estado de sítio, prevendo a prisão do presidente do TSE, que manteve sob monitoramento clandestino, e a anulação das eleições;
. Conspirou com chefes militares e comandantes de tropas especiais na preparação de um golpe para impedir a posse de Lula e manter-se no poder;
. Fugiu do país, levando joias roubadas ao patrimônio público, e assistiu de camarote os atentados de 8 de janeiro, financiados organizados por seus apoiadores civis e militares.
É esse chefe terrorista que agora invoca, em seu exclusivo benefício, o estado de direito e a liberdade de expressão e manifestação que tentou, reiteradas vezes, destruir. É esse fascista que agora quer vestir o manto da democracia para mais uma vez atacá-la.
Esse ato na Paulista não será, certamente, para que ele se defenda dos crimes que praticou, e nem pode ser visto como liberdade de expressão. É mais uma tentativa de se contrapor ao devido processo legal, já que as provas contra ele e sua turma não param de aparecer. Será para seguir ameaçando as instituições e os adversários, que ele trata de inimigos. Será para mentir ainda mais sobre suas próprias mentiras.
Nem Bolsonaro nem sua absurda convocação podem ser normalizados pela cobertura da mídia, sob o risco de normalizar a mentira, o desrespeito à lei e às instituições, a barbárie. Não há legitimidade nesse ato. Ele é contra a Constituição! O Brasil superou recentemente uma tentativa de golpe e sabemos bem o risco que corremos.
Não podemos flertar com o perigo.
Esses fatos em aproximadamente dois meses.
Ainda tem quem o defenda...