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CATIRIPAPOS/ SAPECA-IAIÁ: Quando a Polícia de Sergipe não podia bater em presos

Armando manteve a ordem de não espancar a “rapaziada”, porém, determinou que todo bandido de outro estado fosse colocado no trem com destino a Salvador, onde a Polícia descia a madeira sem dó nem piedade.

19/02/2024 às 12h40 Atualizada em 19/02/2024 às 12h56
Por: Carlos Nascimento Fonte: infonet.com.br/
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CATIRIPAPOS/ SAPECA-IAIÁ: Quando a Polícia de Sergipe não podia bater em presos

De 1946 a 1947, o Estado de Sergipe foi governado pelo interventor federal e Coronel do Exército Antônio Freitas Brandão. Na divisão dos cargos entre as lideranças políticas que o apoiavam, coube ao Partido Republicano a indicação do chefe de Polícia. Para a função, equivalente hoje à de Secretário da Segurança Pública, o Partido Republican (PR), indicou o jovem advogado Armando Rollemberg, posteriormente eleito Deputado Federal e Deputado Estadual. Em 1963, o ilustre foi nomeado Miinistro do Superior Tribunal de Justiça, onde permaneceu até 1991.
Pois bem, ao assumir a Chefia da Polícia, Armando Rollemberg proibiu qualquer agressão física aos presos, prática até então muito comum em Sergipe e no resto do Brasil. A determinação do jovem advogado foi cumprida quase à risca, apesar da contrariedade da maioria dos policiais, acostumados a distribuir sapeca-iaiá a três por dois. Claro que, aqui e acolá, o sujeito levava uns catiripapos daqueles, principalmente quando os velhos policiais queriam arrancar confissões nem sempre verdadeiras.

Certo dia, um policial foi ao gabinete de Chefe de Polícia comunicá-lo sobre a prisão de nove ladrões, todos de outros estados e que estavam agindo na área dos mercados centrais de Aracaju. Interessado em saber a origem dos marginais, Armando Rollemberg dirigiu-se até à cela, instalada no porão do prédio da Chefatura de Polícia, localizada na praça Tobias Barreto, em Aracaju Um dos bandidos lhe disse que eles eram da Paraíba: “Ficamos sabendo que aqui não se bate mais em preso e nos mudamos pra cá”.

Desde então, Armando manteve a ordem de não espancar a “rapaziada”, porém, determinou que todo bandido de outro estado fosse colocado no trem com destino a Salvador, onde a Polícia descia a madeira sem dó nem piedade. Crendeuspai!
(*) O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal

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