ARTICULISTAS IMBRÓGLIO
PCDOB, BENTO E A SUCESSÃO DE ILHÉUS
Pelo andar da carruagem, o pega-pega na federação, tanto em Itabuna como em Ilhéus, promete fortes emoções
21/02/2024 16h53 Atualizada há 9 meses
Por: Carlos Nascimento Fonte: COLUNA WENSE, SEGUNDA-FEIRA, 12.02.2024.

Em Itabuna, na sucessão do prefeito Augusto Castro (PSD), temos o PT 1, que defende o nome do ex-alcaide Geraldo Simões como candidato da federação PT/PCdoB/PV, e o PT 2 querendo que o partido apoie o segundo mandato do chefe do Executivo.

Esse racha vai se transformando na maior dor de cabeça para o governador Jerônimo Rodrigues, que de olho em 2026, na sua reeleição, não pode criar atrito com o PSD do senador Otto Alencar, presidente estadual da legenda.

Por outro lado, é desaconselhável que o governador trate com desdém prefeituráveis do PT, sob pena de enfraquecer o lulupetismo da Boa Terra e, como consequência, ficar refém do PSD, que pretende eleger 150 prefeitos no pleito de 2024, incluindo aí os reeleitos.

Se no processo sucessório de Itabuna temos "dois" PTs, na irmã e vizinha cidade tudo caminha para que o PCdoB tenha também o 1, que quer a federação com candidatura própria, e o 2 querendo apoiar o pré-candidato indicado pelo prefeito Mário Alexandre (PSD).

O nome que aparece, e começa a ficar forte, é o de Adélia Pinheiro, secretária de Educação da Bahia, que a qualquer momento pode se filiar ao PT. Adélia já conta com o apoio de importantes lideranças do Partido dos Trabalhadores e do Partido Verde.

Segundo uma fonte ouvida pelo conceituado site Pimenta, a ausência dos comunistas no evento de apoio à pré-candidatura de Adélia, promovido por um grupo de mulheres, decorreu de "uma suposta interferência do secretário de Gestão do município, Bento Lima".

A mesma fonte diz que "o secretário, que tenta viabilizar a própria pré-candidatura a prefeito, teria ameaçado retirar os cargos do PCdoB do Governo Marão, caso algum comunista fosse comer a feijoada de Adélia".

O imbróglio lá de Ilhéus é diferente de Itabuna. Na vizinha e irmã cidade, o atual gestor, mais conhecido como Marão, não pode ser candidato. A legislação eleitoral veda a busca do terceiro mandato consecutivo ou, se o caro e atento leitor preferir, à re-reeleição. Em Itabuna temos a candidatura natural de Augusto Castro.

Pelo andar da carruagem, o pega-pega na federação, tanto em Itabuna como em Ilhéus, promete fortes emoções.

Vale lembrar que o PCdoB tem também cargos no primeiro escalão do governo Augusto Castro. Mas, pelo menos por enquanto, não tem um Bento na Prefeitura de Itabuna.

COLUNA WENSE, TERÇA-FEIRA, 20.02.2024.