Esses jovens Nutellas só querem saber de Hambúrguer artesanal.
Porra de nada!
Quer arte?Vá pintar um quadro zorra.
Quer fazer arte? Vá aprontar dentro de casa e ficar de castigo sem ver sessão da tarde 15 dias.
Saudade do Baitakão. Ali no Farol.
Aquilo sim era Hamburgão. Hambúrguer Raiz.
Saindo da farra( hoje é balada...ui), saltava do carro com a galera, com a bandeja com o Roadstar na mão e arriava no balcão. Páaa!
As moscas voavam e saiam do caminho. Elas sabiam que a coisa era séria.
O lugar era imundo e o chão escorregava de gordura. Maravilha!!!!!
Pedia o cardápio só pra perder tempo e a fome aumentar um tiquinho. Só na pirraça!
A pança já sabia o que estava por vir e se bulia toda de felicidade.
"Me dê um Manga Larga correndo".
O cara da chapa tinha que tá sem luva, sem porra de toquinha na cabeça e suado.
Se o suor não pingasse na chapa e fizesse barulhinho faltava o têmpero. Morre não!
Ahhhhhh...o Manga Larga.
O bicho assustava pelo tamanho.
Precisava de manual de instruções para começar e dar a primeira dentada, que já derrubava as ervilhas e os milho verde pelo caminho.
"E um Sucão de laranja 500ml. Com 4 pedras de gelo. Eu disse 4"
No máximo um Fratelli Vita empedrando. Porra de Coca!
O da chapa começava os trabalhos.
O outro cara lançava as laranjas pra cima e com uma espada élfica cortava as danadas no ar que já caiam em bandas. E ia espremendo, espremendo....
A chapa queimando, o suco escorrendo....uma sinfonia.
Era ensaiado...os dois ficavam prontos na mesma hora e chegavam delicadamente no balcão. Eu só olhava pra moscas e elas se retiravam.
Delicia...lambuzava tudo ...mas... delicia.
Ovo, bacon, presunto, queijo, alface, tomate, cebola, milho verde, ervilha, maionese.
Ah...tinha carne...e pão também.
Pagava 10 conto e saia torto jurando: "Nunca mais como na vida"
Ia dormir e acordava meio dia com a barriga empanturrada.
Meio dia e meio a fome voltava. Era a conta certa.
Hoje pago 50,00 no tal "combo" -ui, e nem sinto cócegas no esôfago.
Saudade do Baitakão!!!!!!!
Por: Samir Dahia
BAITAKÃO II
Saudoso Baitakão.
Essa história, só pra quem viveu a experiência e pode completar.
Os donos, gaúchos fdps de uma ignorância do cara...., parecia até que estávamos pedindo e não pagando. Afinal só era deles o monopólio "nakela" época.
Eu ainda sou do tempo quando era ao lado da igreja da Piedade, descendo a ladeira para o Shopping Piedade. Lembro quando saíamos, indo pra casa, levávamos os potes de mostardas e ketchup, em um fuscão que era de dar inveja aos - "carrinhos" de hoje -, e em todos os pontos de ônibus no trajeto, só pra sacanear espirrava no povo que alí estivesse esperando o noturno. Hoje provavelmente essa brincadeira não aconselho, arriscar repetir, diante da violência urbana principalmente aqui na cidade do Salvador, está literalmente nua e despida, abandonada entregue aos bandidos. Mas valeu lê o texto, Samir Dahia.
Crispiniano Daltro