Já disse aqui, salvo engano por mais de três vezes, que a maior expectativa da sucessão de Itabuna vai ficar por conta da federação "Brasil da Esperança", formada pelo PT, PCdoB e PV.
O PT, abrigo partidário do presidente Lula e do governador Jerônimo Rodrigues, está rachado. Tem o PT 1, que quer Geraldo Simões como candidato, e o PT 2 defendendo o apoio do partido ao segundo mandato do prefeito Augusto Castro (PSD), também chamado de PT augustiniano.
Não sei explicar por que o PT 2 comemora o último comunicado da FBE-BA, datado de 01 de fevereiro, sobre o processo sucessório nos municípios. Ponto por ponto não tem um que justifique tal empolgação.
O que se prever é que o pega-pega entre os dois PTs tende a ficar cada vez mais acirrado. No frigir dos ovos, a decisão final vai estar assentada, como sempre venho dizendo, no "manda quem pode, obedece quem tem juízo".
O ponto 1 do comunicado trata da majoritária. Quando houver mais de um pré-candidato na federação, o caminho recomendado é o da busca de uma "solução consensual". Não havendo o entendimento, se fará uma pesquisa. Não é o caso de Itabuna, que só tem Geraldo Simões (PT) como prefeiturável do trio partidário.
O ponto 3 se refere as cidades que têm pré-candidato de uma legenda que integra a base aliada do governador Jerônimo Rodrigues (PT) e que tenha prefeiturável da federação, como é o caso de Itabuna com Augusto Castro (PSD-reeleição) e Geraldo Simões (PT). O comunicado fala que "deverá haver um diálogo para analisar a possibilidade de aliança em torno de um dos nomes".
Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que uma aproximação política do PT 1 com Augusto Castro é impossível. É melhor acreditar na existência da mulher de sete metros que perambulava na rodovia Itabuna-Ilhéus.
Esse pega-pega entre o PT 1 e o PT 2 ainda terá fortes emoções. O que se percebe é que algumas lideranças do PT augustiniano já admitem, em conversas reservadas, que a federação Brasil da Esperança caminha a passos largos para ter candidatura própria. Não à toa que PP, Avante e o Republicanos já começam a discutir a indicação do vice de Augusto.
No mais, esperar que o nevoeiro do processo sucessório seja dissipado e, como consequência, uma análise mais consistente sobre o cobiçado comando do centro administrativo Firmino Alves.
COLUNA WENSE, SEXTA-FEIRA, 01.03.2024.