ARTICULISTAS "VOTO REBELDE"
OTTO, VALADARES E A SUCESSÃO DE ITABUNA
Na remotíssima hipótese de Geraldo Simões não sair candidato, o chamado "voto rebelde" viria à tona. Uma parcela significativa de quem iria votar em Geraldo faria sua opção pelo prefeiturável com mais chance de derrotar o segundo mandato de Augusto.
09/03/2024 12h08
Por: Carlos Nascimento Fonte: COLUNA WENSE, SÁBADO, 9 DE MARÇO DE 2024.

O dirigente-mor estadual do PSD, senador Otto Alencar, não gostou da declaração de Éden Valadares, presidente do PT da Bahia, sobre o governo Augusto Castro.

O prefeito de Itabuna, que tem todo o direito de buscar o segundo mandato pelo instituto da reeleição, é do mesmo partido de Otto, o PSD, que é comandado nacionalmente por Gilberto Kassab, secretário de Governo e Relações Institucionais do governador de São Paulo e presidenciável Tarcísio de Freitas (Republicanos).

"Lá em Itabuna, me perdoe a sinceridade, o prefeito está deixando a desejar", disse Éden ao site Bahia Notícias. A crítica ao governo municipal, mesmo precedida por um pedido de desculpa, deixou o senador irritado.

Sempre disse aqui, na modesta Coluna Wense, que a sucessão de Itabuna seria a grande dor de cabeça do governador Jerônimo Rodrigues, que a decisão sobre o imbróglio não seria resolvida pelo Conselho Político, totalmente desprovido de força política para solucionar determinados impasses na base aliada.

Para uma melhor compreensão do leitor, criei até o PT 1 e PT 2, respectivamente o que defende candidatura própria na federação PT/PCdoB/PV e o que quer o apoio do trio partidário à reeleição do alcaide.

Segundo Éden, o nome de Augusto segue sendo tratado como "prioridade" dentro do Conselho Político. Diz também que o entendimento é que Augusto "pode unificar a base aliada em torno da sua candidatura". Ledo engano. Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que a possibilidade de um diálogo de Augusto com o PT 1 é nula. A máxima de que na política tudo é possível não existe nesse pega-pega.

E mais: na remotíssima hipótese de Geraldo Simões não sair candidato, o chamado "voto rebelde" viria à tona. Uma parcela significativa de quem iria votar em Geraldo faria sua opção pelo prefeiturável com mais chance de derrotar o segundo mandato de Augusto.

Esse "voto rebelde" seria também um "voto útil". Rebelde porque iria de encontro a uma determinação do governador Jerônimo Rodrigues. Útil no sentido de evitar que Augusto quebre a "virgindade" do segundo mandato consecutivo.

Outro ponto que chamou atenção na entrevista do dirigente petista, que aos poucos vai dando um chega pra lá no PT 2, diz respeito as pesquisas internas realizadas pelo Partido dos Trabalhadores. Éden declarou que "existe uma dúvida política eleitoral". Para o PT 1, o presidente estadual da legenda se refere ao índice de rejeição do chefe do Executivo.

Voltando ao Conselho Político, fica aqui o desafio de mudar o posicionamento do MDB em relação ao processo sucessório de Itabuna, de fazer Lúcio Vieira Lima, ex-deputado federal e presidente de honra da legenda, mudar de ideia. Tirar o apoio à pré-candidatura de Geraldo Simões e passar a discursar a favor da reeleição de Augusto.

Concluo dizendo que o bom conselho para o prefeito Augusto Castro é que priorize a gestão e deixe um pouco de lado a política partidária, que é movida por fofoca, disse-me-disse e muita picuinha.

COLUNA WENSE, SÁBADO, 9 DE MARÇO DE 2024.