Nos bastidores da sucessão, o que se comenta é que o Partido Progressista, que tem na presidência do diretório municipal o também empresário Roberto Minas Aço, está caminhando para apoiar à reeleição do chefe do Executivo.

Foto: Prefeiturável Neto Badaró.

O principal argumento é assentado na opinião de que Augusto não iria autorizar a ida dos postulantes ao Legislativo sem antes ter conversado com Jabes Ribeiro, secretário estadual da legenda. Neto Badaró, no entanto, diz que a ida dos pré-candidatos não significa que o PP vai apoiar à reeleição de Augusto. Não acredito que Neto Badaró seja tão ingênuo a ponto de pensar que Augusto faz um gesto de solidariedade ao PP sem exigir nenhuma contrapartida.

Costumo dizer que na política os menos espertos dão beliscão em azulejo.

FERIDA DE DIFÍCIL CICATRIZAÇÃO

Independente do que possa ocorrer amanhã, sábado, 6 de abril, na plenária do PT sobre a posição da legenda na sucessão de Itabuna, se deve ou não ter candidatura própria, quem sairá destroçado é o próprio PT. O dia 6 de abril de 2024 ficará na história do Partido dos Trabalhadores como um lamentável fato. É o PT versus PT. Só se tem certeza de uma coisa: o cenário político, pós-eleição, vai ser outro, seja com a vitória do PT 1, chamado de geraldista, ou do PT 2, rotulado de augustiniano.

No mais, como venho dizendo toda vez que comento sobre o imbróglio, é torcer para que tudo ocorra dentro da civilidade, sem a necessidade de acionar a Polícia Militar.

No frigir dos ovos, o grande vitorioso dessa cisão, desse pega-pega, vai ser o prefeito Augusto Castro (PSD), que conseguiu abrir uma ferida no Partido dos Trabalhadores de difícil cicatrização.

"JANELA PARTIDÁRIA"

A expressão "janela partidária", mais um jeitinho brasileiro de escapar da infidelidade com a legenda pela qual fulano, sicrano ou beltrano se elegeu, é a prova inconteste de que o mundo da política é cruel, ingrato e traiçoeiro. Por que não "porta partidária"? A mudança de partido seria menos traumática. Vale lembrar que a sabedoria popular costuma dizer que "a porta da rua é a serventia da casa". Na política, é a janela.

(COLUNA WENSE, SEXTA-FEIRA, 05.04.2024).