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O "SENADO" E OS PREFEITURÁVEIS | Por Marcos Wense
O revolucionário "Parlamento" de Itabuna, que vai ficar na história política como um movimento vanguardista, revelou muita coisa que terminou modificando o cenário do processo sucessório, causando polêmica e mudança brusca no posicionamento de alguns prefeituráveis.
14/04/2024 12h01 Atualizada há 7 meses
Por: Carlos Nascimento Fonte: COLUNA WENSE, SÁBADO,13.04.2024.

O caro e atento leitor sabe que "Senado" com aspas diz respeito ao Café Pomar, o mais importante, badalado, democrático e reluzente point político de Itabuna.

Dos pré-candidatos a prefeito, somente três não compareceram na sabatina : Augusto Castro (PSD-reeleição), o ex-alcaide Capitão Azevedo, então PDT, hoje no União Brasil, e o deputado estadual Fabrício Pancadinha (Solidariedade).

Vale lembrar que o trio acima foi convidado por mais de duas vezes. Mas fugiram do encontro com os "senadores" e "senadoras" como o diabo da cruz. A "Tríade dos Faltosos" tratou o "Senado" do Café Pomar com uma inaceitável falta de consideração, um desdém digno dos que têm medo do debate, de encarar o eleitor-cidadão-contribuinte, como diria o saudoso e polêmico jornalista Eduardo Anunciação.

O revolucionário "Parlamento" de Itabuna, que vai ficar na história política como um movimento vanguardista, revelou muita coisa que terminou modificando o cenário do processo sucessório, causando polêmica e mudança brusca no posicionamento de alguns prefeituráveis.

Segue abaixo alguns pontos:

Ponto 1 - Foi no "Senado" que o vice-prefeito Enderson Guinho, presidente do diretório local do União Brasil, contou o que ainda não se sabia dos funcionários fantasmas que recebiam da prefeitura sem aparecer no trabalho. Alguns até morando em outros países.

Ponto 2 - O médico Isaac Nery, então Republicanos, hoje no PDT, revelou que o deputado-bispo Márcio Marinho, comandante-mor estadual do partido, deu sua palavra de que ele seria o candidato a prefeito de Itabuna pela legenda. "O deputado Marinho é um homem de palavra", dizia toda vez que era questionado sobre a possibilidade do Republicanos apoiar o segundo mandato de Augusto Castro. Deu no que deu : o bispo Márcio Marinho passou a ser um augustiniano de carteirinha, um entusiasmado defensor da reeleição do chefe do Executivo.

Ponto 3 - O advogado Dinailton Oliveira, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA), também acreditou no bispo Marinho, que teria dito que a escolha do candidato a prefeito de Itabuna seria decidida por uma pesquisa de intenções de voto. Deu no que deu: Dinailton ficou a ver navios.

Ponto 4 - Lisdeili Nobre, delegada da Polícia Civil, que foi sabatina como prefeiturável da Rede Sustentabilidade, ao ser questionada sobre sua posição ideológica, disse, sem pestanejar e fazer arrodeios, que era de "centro-esquerda". Dez, quinze, vinte dias depois estava filiada ao União Brasil, sigla caracterizada como de direita.

Ponto 5 - O ex-vereador Aldenes Meira, ex-comunista, jurou por todos os santos e orixás que iria disputar com Geraldo Simões a indicação de pré-candidato pela federação PT/PCdoB/PV. Uma semana depois aceita o convite do prefeito Augusto e passa a integrar a folha de pagamento da prefeitura.

Os "senadores" e as "senadoras" do Café Pomar são provas vivas e incontestes das artimanhas e da frieza de alguns prefeituráveis, que mesmo fazendo um gigantesco esforço não conseguiram disfarçar o semblante que escancarava uma mistura de hipocrisia e cinismo.

COLUNA WENSE, SÁBADO, 13.04.2024.