VIDA DE MURICI

A sorte de Augusto Castro (PSD), que legitimamente busca sua permanência por mais quatro anos no comando da Prefeitura de Itabuna, via instituto da reeleição, é que tem uma oposição "murici".

Os adversários do chefe do Executivo são fervorosos adeptos de que o processo sucessório deve seguir o "cada um por si", o que termina dificultando o diálogo entre eles.

Nos bastidores do staff augustiniano, longe dos holofotes e do povão de Deus, se comemora o que já é dado como favas contadas: o desentendimento no oposicionismo, com cada pré-candidato cuidando do próprio quintal, achando que não precisa conversar com outras forças políticas.

Quando o assunto em pauta é a "vida de murici" dos pré-candidatos que fazem oposição ao governo municipal, a opinião no staff político do alcaide, que é unânime, é de que a vaidade dos adversários vai se transformando no maior "cabo eleitoral" do segundo mandato.

Esse "cada um por si", caminhando para se tornar irreversível, é o que faz aumentar o otimismo do chefe do Executivo de que a quebra do tabu da reeleição é só uma questão de tempo, que é inexorável e senhor da razão.

Em conversas reservadas, com correligionários mais próximos, Augusto tem dito que não acredita em um entendimento entre os prefeituráveis. Mas demonstra uma certa preocupação com o "manda quem pode, obedece quem tem juízo", com uma composição vinda de cima para baixo, uma majoritária encabeçada pelo deputado estadual Fabrício Pancadinha (Solidariedade) tendo na vice capitão Azevedo (União Brasil).

No augustianismo, o consenso é de que ACM Neto, vice-presidente nacional do União Brasil, não vai ficar de braços cruzados se perceber que a candidatura de Azevedo, com Pancadinha também candidato, é a azeitona no pastel da reeleição do gestor do centro administrativo Firmino Alves.

Essa desunião na oposição vai fazendo com que certas lideranças políticas, que não querem à reeleição de Augusto, percebendo que o "cada um por si" está ficando  solidificado, declarem apoio a Pancadinha. O exemplo mais recente foi o do médico Renato Costa, salvo engano filiado ao PSB.

Os adversários do prefeito Augusto Castro (PSD) são como ilustres "cabos  eleitorais" não remunerados, invejáveis "voluntários" do segundo mandato. E o pior é que o pega-pega entre eles vai ficando mais intenso. É só um dizer que não aceita ser vice do outro.

Depois não adianta chorar o leite derramado. Vão ouvir do caro e atento eleitor que lugar de derramar as lágrimas do arrependimento (ou da burrice política) é no pé do caboclo.

PS - A possibilidade de uma majoritária Pancadinha/Azevedo, tendo como articulador-mor ACM Neto, já foi comentada na Coluna Wense, que rotulou a chapa como do "Povão de Deus". Disse também que essa composição iria proporcionar a maior caminhada da Cinquentenário na história política de Itabuna. A junção do populismo é a dor de cabeça do prefeito Augusto Castro, que não parou de comemorar a derrota de Geraldo Simões na prévia do PT. Ter o ex-gestor fora dos debates do processo sucessório é um grande alívio. O frente a frente com Geraldo não é fácil. A principal consequência é a inevitável perda de uma significativa quantidade de votos.

COLUNA WENSE, TERÇA-FEIRA, 16.04.2024.