Na condição de torcedor do Vitória, tive a felicidade de ver jogadores que honraram a camisa do clube em inúmeras oportunidades, época em que o verdadeiro futebol era jogado em campo com raça, determinação, coragem, quando as derrotas eram vistas como normais e fonte de aprendizado.
As torcidas tinham seus espaços delimitados, mas não proibia que torcedores de outros clubes se acomodassem de maneira civilizada; era tudo junto e misturado dando margem a brincadeiras e gozações que raríssimas vezes causavam algum desentendimento. Quando o sangue esquentava a turma do deixa disso logo entrava em ação.
Com o surgimento das torcidas organizadas, sustentadas Deus sabe lá como, os estádios deixaram de ser uma distração e se transformaram numa praça de guerra, antes, durante e no final dos jogos, em alguns casos produzindo vítimas fatais, razão pela qual deixei de ir aos estádios. Com a chegada do esquema CITYado e casas de apostas, o futebol deixou de ser lazer para se transformar em instrumento de manipulação dos "poderosos investidores" de clubes falidos, interessados nos CNPJs, nada mais. Colossal lavagem de dinheiro para enganar incautos e manter viva a alienação popular.
Que agradável surpresa e muita emoção ver o veterano Oswaldo jogando com garra e determinação, como se estivesse no início de carreira, numa prova inequívoca de que nem tudo está perdido. Foi responsável direto pela brilhante e histórica vitória de virada contra o arquirrival, fazendo por merecer uma estátua em nosso santuário.
Torço para que seus companheiros sigam esse exemplo de profissionalismo. Seria pedir demais?
Jorge Braga Barretto
E-mail: jbbarretto@gmail.com