O ex-prefeito de Ilhéus e prefeiturável Jabes Ribeiro foi o entrevistado de ontem, quinta, 25 de abril, no Podcast Café Política, ancorado pelo jornalista Ricky Mascarenhas.
Jabes busca o quinto mandato como chefe do cobiçado Palácio Paranaguá. Com a morte de Fernando Gomes, o secretário estadual do Partido Progressista (PP) se torna a maior "raposa" política do sul da Bahia.
Jabes se saiu muito bem na entrevista, o que já era esperado. Além de falar da sucessão da irmã e vizinha Ilhéus, fez questão de dar sua opinião sobre o processo sucessório de Itabuna, que tem o empresário Neto Badaró como pré-candidato pela legenda.
O ex-alcaide fez contundentes críticas ao governo Mário Alexandre (PSD), dizendo que a enxurrada de coisas negativas encobre o que pode ser considerado de positivo. Declarou que o governo tem uma alta rejeição, deixando nas entrelinhas que a candidatura de Bento Lima vai ser atingida pela repulsa do eleitorado.
No tocante a sucessão de Augusto Castro (PSD), que tem a difícil missão de quebrar a "virgindade" do segundo mandato consecutivo, não descartou o apoio do PP à reeleição do chefe do Executivo caso a campanha de Neto Badaró não mostre viabilidade eleitoral e força política para seguir em frente.
O que chamou mais atenção em relação à sucessão de Itabuna foi o pragmatismo de Jabes. Se a candidatura de Neto Badaró não decolar, o pepista vai ficar do lado de quem tiver mais chance de sair vitorioso no processo sucessório.
Jabes mandou o seguinte recado para os pré-candidatos que fazem oposição ao governo Augusto Castro: se vocês chegarem a um consenso em torno de um nome, o PP pode apoiar o escolhido do grupo. Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que Jabes se refere ao capitão Azevedo (União Brasil), o deputado estadual Fabrício Pancadinha (Solidariedade) e o médico Isaac Nery (PDT).
Jabes comunga com a opinião de que à reeleição de Augusto caminha para ser favas contadas se os prefeituráveis oposicionistas não se unirem, não chegarem a um entendimento de quem vai encabeçar a majoritária. Nessa situação a sabedoria popular costuma dizer que é "caixão e vela".
Jabes, no entanto, esquece de que a união dos pré-candidatos de oposição ao governo Marão é também importante, sob pena de oxigenar às pré-candidaturas de Bento Lima, o candidato de Marão, e de Adélia Pinheiro (PT), que já tem o apoio do senador Jaques Wagner e do ministro Rui Costa.
Jabes Ribeiro (PP), Valderico Júnior (União Brasil) e Augustão (PDT) precisam conversar. O cada um por si vai ser o maior "cabo eleitoral" da candidatura de Bento Lima.
PS (1) - Jabes Ribeiro elogiou o prefeiturável Neto Badaró, vice-presidente do diretório municipal. "É um estudioso dos problemas de Itabuna", declarou o ex-gestor de Ilhéus. Vale lembrar que o pré-candidato do PP surpreendeu os "senadores" na sabatina do Café Pomar.
PS (2) - O prefeiturável do PP fez críticas a Adélia Pinheiro. Jabes disse, com todas as letras maiúsculas, que a pré-candidata do Partido dos Trabalhadores fracassou como secretária de Saúde do Estado da Bahia, de Ciência e Tecnologia e, por último, da Educação, não deixando nada que se possa elogiar.
COLUNA WENSE, SEXTA-FEIRA, 26.04.2024
Marco Wense - Itabunense, Advogado e Articulista de Política.
Podcast Café iPolítica #04/2024 | Jabes Ribeiro