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Por linkdosite
A filiação de Sandra Neilma no Avante, agremiação partidária sob a batuta do empresário Ronaldo Carletto, presidente estadual da legenda, causou um alvoroço no staff político do prefeito Augusto Castro (PSD), que legitimamente busca o segundo mandato.
A ex-primeira dama, viúva do ex-alcaide Fernando Gomes, que governou Itabuna por cinco mandatos, é portadora de um invejável carisma, até hoje só comparado ao de Ritinha Dantas, esposa do ex-gestor Ubaldo Porto Dantas.
O assunto que veio logo à tona, com a filiação de Sandra, foi a composição da majoritária, obviamente encabeçada pelo chefe do Executivo. A opinião entre os correligionários mais próximos de Augusto, de que Sandra seria a melhor opção, é unânime.
O entusiasmo durou pouco, foi como um piscar de olhos. Sandra, ao ter conhecimento do disse-me-disse sobre ser vice de Augusto, fez questão de declarar que sua família é prioridade, dando assim um chega pra lá na euforia dos augustinianos.
Olhando para dentro de si, fazendo uma autoreflexão, conversando com seus próprios botões, Sandra deve ter dito que seria loucura deixar sua vida bem arrumada, sua zona de conforto, para se enveredar pelo movediço, cruel e traiçoeiro mundo da política. "Loucura, loucura, loucura", diria o saudoso radialista Roberto de Souza.
O contundente não de Sandra foi um alívio para os postulantes a ser vice de Augusto, com destaque para o vereador petista Manoel Porfírio e os secretários Rosivaldo Pinheiro e Júnior Brandão.
Em relação aos dois secretários, Rosivaldo leva vantagem sobre Brandão, já que tem como padrinho político o deputado Rosemberg Pinto, líder do governador Jerônimo Rodrigues na Assembleia Legislativa, no Parlamento estadual.
Fica o lembrete de que Rosemberg continua sendo um incansável aliado de Augusto para que o PT não lançe candidato. Como não existe almoço de graça na política, Augusto fica devendo uma contrapartida, que pode ser a indicação do vice pelo deputado.
O pega-pega de quem será o vice de Augusto só ficará mais intenso e acirrado depois que houver uma decisão sobre o imbróglio da federação PT/PCdoB/PV, se o trio partidário vai ou não ter candidatura própria.
Outro motivo, que deve ter influenciado Sandra a afastar a possibilidade de ser vice de Augusto, colocando uma pá de cal na especulação, é a lembrança de que Fernando Gomes, então candidato na sucessão de 2020, fez contundentes críticas ao também candidato Augusto Castro.
A próxima e a mais difícil missão do Avante é convencer a ex-primeira dama a ser vice de Augusto Castro.
Concluo dizendo que até as freiras do convento das Carmelitas sabem que o que está por trás da filiação de Sandra é o espólio eleitoral do fernandismo.
COLUNA WENSE, QUARTA-FEIRA, 15 DE MAIO DE 2024.
Marco Wense - Itabunense, Advogado e Articulista de Política.
