MDB, O PT GERALDISTA E A SUCESSÃO DE ITABUNA

O caminho natural do MDB na sucessão de Itabuna, depois da defenestração de Geraldo Simões pelos próprios "companheiros" do PT, com destaque para Rosemberg Pinto, líder do governador Jerônimo Rodrigues no Parlamento estadual, é apoiar o deputado Fabrício Pancadinha (Solidariedade).

O importante apoio do MDB, que tem um invejável tempo no horário eleitoral, não está assentado exclusivamente nas pesquisas de intenções de voto, que apontam Pancadinha na frente e com uma rejeição muito menor do que o segundo colocado.

O MDB de Lúcio Vieira Lima, presidente de honra da legenda, não tem outra opção que não seja a de se aproximar de Pancadinha. Vale lembrar que o Solidariedade já é tido como integrante da base aliada jeronista.

Capitão Azevedo é prefeiturável pelo União Brasil, sigla sob a batuta de ACM Neto, que é o vice-presidente nacional do partido. O médico Isaac Nery é pré-candidato do PDT, legenda também oposicionista, que tem Ana Paula Matos como vice-prefeita de Bruno Reis (União Brasil), gestor de Salvador e cria política de ACM Neto. O engenheiro Chico França (PL) e o prefeito Augusto Castro (PSD-reeleição) dispensam comentários. Só fica Pancadinha como opção para o MDB, podendo indicar o vice na majoritária do deputado-prefeiturável.

O ex-prefeito Geraldo Simões vai conversar com Lúcio antes de tomar sua decisão em relação ao processo sucessório. Lúcio foi muito correto com Geraldo, um incansável defensor da sua pré-candidatura, do seu retorno ao comando do cobiçado centro administrativo Firmino Alves.

O MDB e a militância do PT revoltada com o tratamento que deram ao partido, com suas principais lideranças desdenhando a legenda, terão um papel relevante na sucessão de 2024.

A opinião de que foi um erro político toda essa implacável perseguição a Geraldo Simões vai ficando cada vez mais consensual, até mesmo entre os correligionários do prefeito Augusto Castro, que busca legitimamente o segundo mandato.

A habilidade e a experiência de Lúcio, o "voto rebelde" da militância do PT e o populismo de Pancadinha podem evitar a quebra do tabu da reeleição.

O caro e atento leitor faria a seguinte pergunta: E a chamada "terceira via" ? Pelo andar da carruagem, com os outros pré-candidatos cuidando tão somente de si mesmo, a disputa caminha para uma inevitável polarização entre Pancadinha versus Augusto.

COLUNA WENSE, SÁBADO, 18 DE MAIO DE 2024.

Marco Wense - Itabunense, Advogado e Articulista de Política.