É impressionante a fragilidade política e a insegurança dos pré-candidatos a prefeito de Itabuna diante do seu abrigo partidário, seja legenda de esquerda, direita e suas variantes.
A tal da autonomia dos diretórios municipais (ou comissões provisórias) é puro engodo, uma inominável tapeação.
Para atrair determinada liderança para o comando do partido, a executiva estadual diz, em alto e bom som, que ele terá "carta branca" para decidir sobre o rumo da sigla no processo sucessório.
Que nada! Conversa pra boi dormir. E vaca também. Na hora da onça beber água, duas ou três semanas antes das convenções partidárias, vem o mandonismo, o manda quem pode, obedece quem tem juízo.
A interferência se faz necessária quando há sinais escancarados de infidelidade partidária, como vem acontecendo no PP, com alguns pré-candidatos a vereador. Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que os infiéis estão nos bairros fazendo campanha pela reeleição do prefeito Augusto Castro (PSD).
O deputado federal João Leão, já prevendo um eventual crescimento do PP augustiniano, mandou o seguinte recado: "Quem não apoiar Neto Badaró terá corte na verba do fundo eleitoral".
O "manda quem pode, obedece quem tem juízo", quando acionado para barrar a infidelidade partidária, é urgente e imprescindível.
Jabes Ribeiro, prefeiturável de Ilhéus, secretário-geral do PP, deveria reforçar o recado de João Leão, sob pena de alimentar maldosas insinuações de que o partido pode apoiar o segundo mandato de Augusto caso Neto Badaró não melhore seu desempenho nas pesquisas.
Salta aos olhos que Augusto e Jabes tiveram uma conversa sobre a ida desses postulantes ao Legislativo municipal para o Partido Progressista. Augusto não é nenhum "menino amarelo" e, muito menos, Jabes. Politicamente falando, dão beliscão em azulejo.
Para Neto Badaró, que vem tendo uma postura firme com os pré-candidatos a vereador que defendem à reeleição do chefe do Executivo, fica o conselho para que mantenha "um olho no padre, outro na missa", como diz a sabedoria popular.
COLUNA WENSE, 27 DE MAIO DE 2024.
Marco Wense - Itabunense, Advogado e Articulista de Política.