O maior espanto não é com a enraizada corrupção. Entra e sai governo, seja de direita, esquerda e suas variantes, e tudo continua como dantes no quartel de Abrantes.
Em nome da governabilidade, usada como desculpa para fechar os olhos diante da roubalheira do dinheiro público, se cruza os braços. A impunidade, amiga íntima dos corruptos, penhoradamente agradece.
O toma-lá-dá-cá, cada vez mais ousado e desafiador, se impõe no Congresso Nacional, nas suas duas Casas Legislativas: o Senado da República e a Câmara dos Deputados.
Veja, caro e atento leitor, ipsis litteris e em destaque, o comentário da modesta Coluna Wense, em 3 de fevereiro de 2023, sobre Juscelino Filho, ministro das Comunicações do governo Lula 3.
"O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, filiado ao União Brasil, deve ter algum padrinho político forte, daqueles que quando contrariado ameaça chutar o pau-da-barraca. Mais uma denúncia envolvendo o ministro e nada do governo se pronunciar. Juscelino parece intocável. Entre os vários escândalos, um chama mais atenção: o de que o ministro teria usado R$ 5 milhões do escandaloso "orçamento secreto" em benefício próprio".
Que coisa, hein! Já se vão quase 1 ano e cinco meses e nada. Juscelino continua intocável. O governo Lula 3 cruza os braços e faz de conta que o ministro é um político honrado.
A Polícia Federal indiciou o ministro sob suspeita de corrupção e organização criminosa. Investiga desvios de recursos de obras custeadas pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
Vale lembrar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, maior liderança do Partido dos Trabalhadores (PT), deu posse a Juscelino já tendo conhecimento de nove denúncias envolvendo o "intocável" ministro.
Quando questionado sobre as denúncias, Juscelino se diz "perseguido", usa o já cansado "intriga da oposição". O cinismo do ministro salta aos olhos.
O bom e sempre bem informado jornalista Josias de Souza, da Uol Notícias/Folha de São Paulo, tem toda razão quando diz que "a sobrevida concedida a Juscelino é insultosa, inútil e desmoralizante".
Concluo dizendo que a permanência de Juscelino na Esplanada dos Ministérios é um acinte, deboche, ofensa, um escárnio com o cidadão-cidadã-eleitores-contribuintes.
COLUNA WENSE, 13.06.2024.
Marco Wense - Itabunense, Advogado e Articulista de Política.