O policial que foi flagrado agredindo um "folião" com tapas, chutes e uma 'voadora' durante o Carnaval da cidade de Caravelas, no extremo sul da Bahia, em fevereiro deste ano, foi preso após sanção disciplinar da corporação.
O soldado da PM, identificado como Maycon Santos Teixeira, teria violado preceitos dos deveres morais e inerentes à profissão de policial militar. A infração foi considerada de natureza grave.
A decisão determina que o soldado fique detido pelo período de 30 dias na sede da 44ª Companhia Independente (CIPM/Medeiros Neto), onde o mesmo é lotado.
Nas imagens gravadas na ocasião, uma confusão acontece entre policiais militares e o envolvido, que chega a colocar 'base de briga'. Um policial chega a agredir o indivíduo com o cassetete, mas, na sequência, o PMN Maycon desfere uma voadora contra o rapaz.
Caído no chão, o folião ainda é agredido mais uma vez com o cassetete por Maycon e, na sequência, o soldado desfere um tapa no rosto do indivíduo e chuta suas pernas.
O documento contendo a decisão foi assinado pelo Comandante-Geral da Polícia Militar (PM-BA), Paulo Coutinho.
RELEMBRE O VÍDEO:
O VÍDEO VIRALIZOU
As imagens, registradas no dia 10 de fevereiro, mostram que, mesmo com a vítima caída, o PM ainda desfere golpes de bastão e um tapa no rosto do rapaz. Além disso, o soldado ainda grita, proferindo xingamentos. Pesou ainda contra Maycon o fato de a ocorrência não ter sido levada à Polícia Civil.
No decorrer do processo, apurou o Portal do Casé, a defesa de Maycon argumentou que o vídeo tinha sido editado, falou ainda sobre o histórico violento da vítima e sustentou também sobre a incidência dos Princípios da Razoabilidade e da Proporcionalidade.
A comissão de policiais que investigou o caso entendeu que a defesa do soldado não deu provas de que o vídeo tenha sido editado e também pontuou que os militares estavam em maior número quando o PM deu a "voadora" no folião. A comissão, porém, entendeu que ele não deve ser demitido da corporação.
INGRESSO NA PM
A carreira de Maycon que ficou marcada por esse ato, envolveu um grande esforço para ser iniciada na instituição policial militar. Seu ingresso na PM se deu em dezembro de 2020 e foi possível por meio de uma vaquinha virtual.
O PM já havia sido aprovado no concurso da PMBA-2019, no entanto, precisava arrecadar dinheiro para pagar os exames médicos necessários. Foi aí que ele pensou no uso da plataforma Vakinha.
"Infelizmente não tenho como custear, pois custam no total de R$ 1.400... Eu acredito que Deus é justo e não me daria um sonho que eu não fosse capaz de realizar. Conto com a ajuda daqueles que podem ajudar e, os que não podem, me ajudem com oração... Desde já agradeço", detalhou.
BÔNUS
Apesar do valor solicitado ser de R$ 1.400 para os exames, o soldado conseguiu o montante de R$ 2.200, num total de 46 doadores.