Bom dia, Itabuna!
Hoje,Vamos falar sobre um tema que merece mais atenção e respeito: as políticas públicas voltadas para os nossos queridos idosos.
Enquanto as universidades organizam simpósios, seminários e encontros específicos para discutir o envelhecimento e a qualidade de vida, cadê os centros de convivência para idosos? E os centros de cuidados diurnos, casas-lares, oficinas abrigadas de trabalho, atendimentos domiciliares?
Vamos começar com alguns dados. Quantos idosos temos em Itabuna? Boa pergunta! Quem sabe? Quem deveria saber? Talvez aqueles que planejam as políticas públicas... ou deveriam planejar. Mas, infelizmente, parece que nossos anciãos não são uma prioridade na agenda do governo municipal.
Enquanto as universidades organizam simpósios, seminários e encontros específicos para discutir o envelhecimento e a qualidade de vida, cadê os centros de convivência para idosos? E os centros de cuidados diurnos, casas-lares, oficinas abrigadas de trabalho, atendimentos domiciliares?
Sim, isso mesmo, você não está vendo coisas. Eles não estão lá. É como procurar agulha em palheiro. Ou será que eles estão escondidos em algum lugar que só os políticos sabem?
E a cultura? Ah, a cultura... Aqui em Itabuna, a cultura para os idosos parece ser tão prioritária quanto neve no verão. Perder os valores imensuráveis que os idosos trazem, como o registro da memória e a transmissão de informações e habilidades para os mais jovens, é realmente um feito admirável. Sim, porque é preciso esforço para ignorar tanta riqueza cultural.
Nosso governo municipal prefere revitalizar praças no final do mandato, numa tentativa de criar uma maquiagem urbana que talvez dure até as próximas eleições. Enquanto isso, programas de lazer, esporte e atividades físicas para idosos ficam na gaveta, acumulando poeira. Ou nem existem?!
Infelizmente, essa falta de prioridade reflete nas estatísticas de violência doméstica contra os idosos. Violência física, abuso psicológico, negligência, abandono e violência institucional. A negligência é a mais dolorosa, porque é a recusa ou omissão de cuidados. Envelhecer é um direito, mas envelhecer com dignidade e cuidados parece ser um luxo.
E pensar que muitos ainda acreditam que cuidar dos idosos é apenas uma questão de família. No Brasil, temos um déficit de 100% na cobertura legal de cuidados de longa duração. Sim, você leu certo, 100%! O bem-estar dos idosos depende significativamente da alocação de recursos em setores além do setor de saúde. A feminização da velhice é uma realidade que precisamos enfrentar.
A saúde pública, que antes estava organizada para atender às demandas materno-infantis, agora precisa se adaptar a uma população que envelhece rapidamente. O envelhecimento populacional traz repercussões para as políticas sociossanitárias que precisam ser monitoradas e revistas constantemente.
Portanto, é essencial pensar e repensar as políticas públicas para essa população. A legislação por si só não é capaz de assegurar a efetivação desses direitos. Precisamos de ações concretas, de políticas públicas que garantam o exercício da cidadania para os idosos.
Para dar forma a essas políticas, é necessário que o Estado e a sociedade como um todo reconheçam as contribuições que essa população já deu e ainda pode dar para o desenvolvimento social. Vamos cuidar dos nossos idosos, Itabuna, porque o futuro de todos nós, sem exceção, é envelhecer. E como vamos querer ser tratados quando chegarmos lá?
Lisdeili Nobre