ARTICULISTAS ROMPIMENTO POLÍTICO?
ACM NETO E A SUCESSÃO DE ITABUNA
A situação de Azevedo ficou complicada, só restando três opções: ser vice de Pancadinha, aceitar passivamente a ingratidão de ACM Neto ou pedir sua desfiliação do União Brasil.
24/07/2024 19h28
Por: Carlos Nascimento Fonte: COLUNA WENSE, QUARTA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2024.

A decisão de ACM Neto, vice-presidente nacional do União Brasil, de apoiar Fabrício Pancadinha na sucessão de Itabuna, foi assentada em três fatores:

1) as pesquisas de intenções de voto.

2) fidelidade de Pancadinha.

3) posição de Elmar Nascimento.

No primeiro item, o ex-prefeito de Salvador só levou em consideração a pesquisa  quantitativa, deixando de lado a consulta qualitativa e o índice de rejeição. Nesses dois quesitos, desdenhados pelo ex-chefe do Palácio Thomé de Souza, o médico Isaac Nery, pré-candidato do PDT, teve o melhor desempenho. A rejeição ao pedetista é baixíssima.

Em relação ao item 2, a fidelidade de Pancadinha a ACM Neto pesou muito. Vale lembrar que o deputado sofreu forte pressão para mudar de lado, compor a base aliada do governador Jerônimo Rodrigues (PT), principalmente na Assembleia Legislativa.

E, por último, a declaração de apoio a Pancadinha pelo deputado federal Elmar Nascimento, da mesma legenda de ACM Neto. O pré-candidato do Solidariedade caiu nas graças do parlamentar, favorito a ganhar a próxima eleição para o cobiçado comando da Câmara dos Deputados.

A situação de Azevedo ficou complicada, só restando três opções: ser vice de Pancadinha, aceitar passivamente a ingratidão de ACM Neto ou pedir sua desfiliação do União Brasil.

O staff político de Augusto Castro, que postula o segundo mandato pelo PSD, via instituto da reeleição, comemorou a fracassada missão de unir Isaac, Azevedo e Pancadinha em torno de uma candidatura única.

Com efeito, alguns correligionários mais próximos de Augusto já pensam em dar início a uma tentativa de buscar o apoio de Azevedo à reeleição do chefe do Executivo. A consequência dessa aproximação seria o rompimento político entre Azevedo e Neto.

O vice-prefeito Enderson Guinho, presidente do diretório municipal do União Brasil, deve seguir a orientação de ACM Neto. Não vai desafiar o "manda quem pode, obedece quem tem juízo".

Pelo andar da carruagem, salvo algum acidente de percurso, o candidato de ACM Neto na sucessão de Itabuna vai ser o mesmo do PT de Geraldo Simões e do MDB de Lúcio Vieira Lima, presidente de honra da legenda.

Coisas da política, diria o saudoso jornalista Carlos Castello Branco na sua conceituada e imperdível coluna no então Jornal do Brasil.

PS - "O partido está à disposição de Isaac, uma liderança que vem crescendo a cada eleição em Itabuna, que já prestou e presta serviços relevantes para a população do município. Já disse a ele que queremos a candidatura dele, que é estratégia para nós e é boa para os itabunenses", declarou o deputado federal Félix Júnior, presidente do PDT.

CLIMA É DE REVOLTA

O clima é de revolta nas redes sociais do capitão Azevedo com a declaração de apoio de ACM Neto ao deputado Fabrício Pancadinha, pré-candidato a prefeito de Itabuna pelo Solidariedade. Para muitos azevistas, o vice-presidente nacional do União Brasil não foi correto com o ex-alcaide.   

Como contrapartida a essa ingratidão, já há um começo de movimento em direção à pré-candidatura do médico Isaac Nery (PDT).

Não se sabe ainda a posição de Azevedo diante da iniciativa. Um rompimento político do capitão com o ex-gestor soteropolitano não pode ser descartado.

COLUNA WENSE, 24.07.2024

Marco Wense - Itabunense, Advogado e Articulista de Política. Assina a Coluna Wense, publicada diariamente em vários sites e blog da Bahia.

Confira Coluna Wense no Página de Polícia: