A música salva vidas. "Direito de Viver", gravada por diversos artistas brasileiros a convite de Chitãozinho e Xororó, está disponível nas plataformas de streaming. Os bastidores da gravação foram exibidos no programa Fantástico, no domingo, 28. Confira aqui:
Inspirada na iniciativa "We Are The World" do USA for Africa, quando Michael Jackson e diversos artistas norte-americanos se reuniram em 1985 para arrecadar doações para a África, a ideia é arrecadar fundos para as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul em 2024.
O resultado dessa bela corrente de solidariedade foi mostrado, em primeira mão, no Fantástico. Foi um reencontro para alguns e uma primeira vez para outros artistas se unirem na interpretação de "Direito de Viver", um sucesso de Chitãozinho e Xororó desde 1999. Cada vez que a música for ouvida nas plataformas digitais, a receita será destinada para ajudar na recuperação do Rio Grande do Sul. O clipe, mostrado no Fantástico, evidencia o esforço conjunto dos artistas.
"É aquele ditado: uma andorinha não faz verão, mas com um bando a gente consegue pelo menos chamar a atenção e começar essa transformação", disse Xororó.
"Todos os que estão participando vêm de coração aberto, doando sua arte, tempo e especialmente a música", afirmou Chitãozinho. "Passou o grande susto, mas a reconstrução é imensa. É muito bom ver uma ação tão grande neste momento, quando todos começam a esquecer", ressaltou Lucas Lima.
Xororó reconheceu a inspiração para "Direito de Viver": "Fizemos um show e destinamos 100% da renda para o Rio Grande do Sul, mas senti que ainda podia fazer mais. Assistindo ao documentário 'We Are The World', de Michael Jackson e Lionel Richie, pensei: 'É isso, é uma música!'. Os brasileiros adoram ajudar."
Segundo a organização, toda a receita líquida de direitos da música "Direito de Viver" será doada ao Instituto Gerando Falcões.
Participarram do projeto Direito de Viver, os seguintes artistas: Alcione, Alexandre, Andreas Kisser, Caetano Veloso, Chitãozinho e Xororó, Djavan, Fabio Junior, Fafá de Belém, Família Lima, Ferrugem, Gilberto Gil, Gisele Bündchen, Humberto Gessinger, Ivete Sangalo, Junior, Luan Santana, Lucas Silveira, Ludmilla, Luísa Sonza, Lulu Santos, Michel Teló, Mumuzinho, Nando Reis, Ney Matogrosso, Paulo Miklos, Paulo Ricardo, Péricles, Renato Teixeira, Roberto Carlos, Roupa Nova, Sandy, Thiaguinho, Vitor Kley, Xuxa, Zé Ramalho, Zeca Pagodinho, Osgemeos (arte capa do single).
Essas ações são extremamente importantes porque mobilizam a sociedade em prol de causas humanitárias urgentes. Ao unir talentos e celebridades, essas iniciativas não só arrecadam fundos significativos, mas também aumentam a conscientização pública sobre desastres e crises. A música "Direito de Viver" é um exemplo de como a arte pode ser uma poderosa ferramenta de transformação social, demonstrando o compromisso dos artistas com a solidariedade e a responsabilidade social. A participação de figuras públicas amplifica o alcance e o impacto das campanhas, incentivando a participação e o apoio da população em geral.
CHEGA DE MÁGOA - a 1ª Versão brasileira de We Are The World
Vale lembrar que, ao longo dos anos, diversas outras músicas foram gravadas no mesmo estilo de Direito de Viver. No Brasil, uma das mais conhecidas foi Chega de Mágoa, feita meses depois de We Are The World, pela iniciativa Nordeste Já, idealizada por Aquiles, do MPB4, e gravada em 13 de maio de 1985.
A NOITE QUE MUDOU O POP: We Are The World, Bastidores da Gravação
A música "We Are The World" foi lançada em 7 de março de 1985 e arrecadou cerca de 80 milhões de dólares em quase 40 anos.
Na noite de 28 de janeiro de 1985, Quincy Jones, produtor renomado, reuniu alguns dos maiores astros da música americana no estúdio A&M em Los Angeles. Entre os convidados estavam Michael Jackson, Lionel Richie, Stevie Wonder, Tina Turner, Ray Charles, Diana Ross, Bob Dylan, Paul Simon, Billy Joel, Willie Nelson, Cyndi Lauper, entre outros. Todos participaram voluntariamente, sem cachê, para gravar a música beneficente "We Are The World".
A ideia do projeto partiu de Harry Belafonte, inspirado pelo Band Aid, formado pelo cantor irlandês Bob Geldof em 1984. O objetivo era arrecadar fundos para combater a fome na Etiópia. A música "Do They Know It’s Christmas?" do Band Aid arrecadou 8 milhões de libras em um ano.
Nos EUA, Lionel Richie e Michael Jackson compuseram "We Are The World". A gravação reuniu 45 artistas e foi dividida em duas partes: primeiro o refrão à capela, depois os versos iniciais. Houve debates e momentos de descontração, como quando Al Jarreau puxou o coro de "Day-O". Apesar da ausência de Prince, que não quis participar pessoalmente, e de Madonna, a gravação foi um sucesso. No dia 1º de fevereiro de 2010, Lionel Richie e Quincy Jones regravaram a canção no mesmo estúdio para continuar o legado de salvar vidas.
Uma curiosidade: um músico brasileiro participou da gravação de We Are The World. Foi o percussionista carioca Paulinho da Costa, ele nasceu no Rio, mas, desde 1972, mora em Los Angeles, na Califórnia.
Principais Participantes
- Produtor: Quincy Jones
- Compositores: Lionel Richie e Michael Jackson
- Artistas: Michael Jackson, Lionel Richie, Stevie Wonder, Tina Turner, Ray Charles, Diana Ross, Bob Dylan, Paul Simon, Billy Joel, Willie Nelson, Cyndi Lauper, entre outros.
Impacto
- Lançamento: 7 de março de 1985
- Arrecadação: 80 milhões de dólares
- Regravação: 1º de fevereiro de 2010
A música "We Are The World" continua sendo um marco na história da música pop e nos esforços humanitários globais.
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We Are The World 25 for Haiti
Vinte dias antes, um terremoto de 7,3 graus na escala Richter havia atingido Porto Príncipe, a capital do Haiti. Duzentas e trinta mil pessoas morreram e mais de um milhão ficaram desabrigadas. Batizado de We Are The World 25 for Haiti, o projeto humanitário contou com mais de 80 artistas, de diferentes nacionalidades, como a canadense Céline Dion, o espanhol Enrique Iglesias e o mexicano Carlos Santana, entre outros.
Outra versão da música, Somos El Mundo, foi gravada por artistas de origem espanhola, como o porto-riquenho Ricky Martin, a colombiana Shakira e a cubana Gloria Estefan.
Nordeste Já
No Brasil, o USA for Africa inspirou dois projetos beneficentes: o Nordeste Já, de 1985, e o A Luz do Mundo, de 1991. No primeiro deles, 155 artistas, sob a regência de Dori Caymmi, entraram em estúdio, de 8 a 16 de maio, para gravar Chega de Mágoa e Seca D’água.
A música Chega de Mágoa, o lado A do compacto simples, foi composta por Gilberto Gil, Chico Buarque, Milton Nascimento, Djavan, Fagner e Erasmo Carlos.
Seis anos depois, astros e estrelas da MPB atenderam a uma convocação do sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, para gravar Se Essa Rua Fosse Minha no tradicional estúdio Nas Nuvens, no Rio de Janeiro.
A música é de autoria de Djavan e a letra de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque e Arnaldo Antunes. Entre artistas dos mais diferentes gêneros, como samba, rock e frevo, uma participação inusitada: Pelé, o eterno “rei do futebol”.
Idealizado e fundado por Betinho, em parceria com as ONGs FASE, IBASE, IDAC e ISER, o movimento Se Essa Rua Fosse Minha foi lançado em 1991 com o objetivo de arrecadar recursos para ações de garantia de direitos de meninos e meninas em situação de rua.
Para o lançamento, foram produzidos um disco e um videoclipe da música "A luz do mundo", composta por Chico Buarque, Djavan, Arnaldo Antunes e Caetano Veloso, com a participação de diversos cantores da MPB e outras personalidades, como: Adriana Calcanhotto, Alceu Valença, Angélica, Aquiles (MPB-4), Arnaldo Antunes, Beth Carvalho, Caetano Veloso, Chico Buarque, Conceição Rios, Djavan, Elba Ramalho, Emilinha Borba, Evandro Mesquita, Flávio Pantoja, Gal Costa, Gilberto Gil, Herbert Vianna, Iris Bustamante, Ivan Lins, Joyce, João Bosco, Kledir*, Kleiton Ramil, Leila Pinheiro, Leo Jaime, Lobão, Lulu Santos, Magro (MPB-4), Maria Bethânia, Miltinho (MPB-4), Miúcha, Ney Matogrosso, Pelé, Fagner, Renato Russo, Roberto Carlos, Ruy (MPB-4), Sandra De Sá, Simone, Verônica Sabino e Xuxa.