ARTICULISTAS FIGURAS MÍTICAS
Prefeitos Pais? Ou Prefeitos Zeladores?
Prefeitos de hoje, mais zeladores que visionários, faltam-lhes a inovação e a coragem dos antigos líderes, que construíam com visão de futuro e verdadeiro compromisso com o desenvolvimento humano e econômico da cidade.
02/08/2024 12h37
Por: Carlos Nascimento Fonte: Por Lisdeili Nobre

Uma cidade se desenvolve pelo ritmo e pela qualidade do exercício político. Logicamente, isso depende dos seus personagens. Alguns trazem contribuições, outros prejuízos sociais e econômicos; outros passam sem deixar qualquer contribuição para o desenvolvimento humano, apenas consertando e dando manutenção em obras que foram construídas por aqueles que foram mais visionários. Uma mão de tinta, um cimento novo, uma manutenção de espaço e o que mais importa é inauguração, lógico, próximo às eleições. Ah, alguns começam e dizem que precisam de mais quatro anos para engabelar um pouquinho mais.

Um bom gestor é aquele que é capaz de ler as novas relações humanas, sociais e econômicas e integrar o serviço com tecnologia e sustentabilidade. Um bom gestor não é egoísta, porque sabe que grandes obras geram frutos nas gestões futuras. Agora, um excelente gestor público, prefeito por exemplo, de fato é aquele que consegue melhorar as estatísticas de desenvolvimento humano e econômico na sua própria gestão. Este sim é o bom!

Mas a verdade é que já não se fazem prefeitos como antigamente.

Os prefeitos ainda continuam sendo figuras míticas. Ainda querem ser chamados de o "pai da cidade", o "tio bondoso" das praças públicas, o "super-herói" dos asfaltos esburacados. Mas, entre nós, os prefeitos não estão mais intitulados de "pai"; eles poderiam ser melhor chamados de zeladores, cuidando para que a luz não queime, limpando o jardim da cidade e pintando postos de saúde e escolas. Sim, estamos falando de um gerenciamento básico, sem a menor pitada de inovação ou visão de futuro.

Os antigos gestores pensavam grande! Construíam pontes que conectavam não apenas bairros, mas também corações. Faziam escolas que formavam não apenas alunos, mas cidadãos. Hoje, nossos líderes parecem mais preocupados em cortar fitas do que em cortar desigualdades. Eles adoram uma boa inauguração, não há dúvida! Mas e o planejamento a longo prazo? Ah, isso fica para o próximo mandato, ou para o próximo prefeito, quem sabe? Alias, querem que dizer que precisam de mais quatro anos para engabelar por mais alguns anos.

Então, onde estão os prefeitos de antigamente? Aqueles que não tinham medo de arregaçar as mangas e de sujar os sapatos de lama para caminhar pelas ruas da cidade? Aqueles que desde o início do mandato ouviam o povo, e não apenas para ganhar votos, mas para entender suas necessidades e dores? Onde estão os gestores que viam além dos números e das estatísticas, e enxergavam as pessoas por trás deles?

Talvez, eles estejam por aí, perdidos em meio a tantos discursos clichês e selfies. Ou talvez, apenas talvez, eles ainda estejam em nossos corações, esperando para ser redescobertos por uma nova geração de líderes que, com um pouco de sorte e muito trabalho, poderão devolver à cidade o ritmo e a qualidade do exercício político que ela tanto merece.

Por Lisdeili Nobre

Delegada de Polícia, docente do curso de direito da Rede UNEX, Doutoranda em Políticas Públicas, especialista em Planejamento de Cidades, membra da Academia Grapiúna de Artes e Letras, cronista de diversos blogs, feminista, Presidente do União Brasil Mulher de Itabuna e apresentadora do Política sem Mistério transmitido pela TVi.

@lisdeili.nobre

Confira Coluna Lisdeili Nobre no Página de Polícia:

Prefeitos Pais? Ou Prefeitos Zeladores?
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Prefeitos Pais? Ou Prefeitos Zeladores?
Prefeitos de hoje, mais zeladores que visionários, faltam-lhes a inovação e a coragem dos antigos líderes, que construíam com visão de futuro e verdadeiro compromisso com o desenvolvimento humano e econômico da cidade.
02/08/2024 12h37
Por: Carlos Nascimento Fonte: Por Lisdeili Nobre

Uma cidade se desenvolve pelo ritmo e pela qualidade do exercício político. Logicamente, isso depende dos seus personagens. Alguns trazem contribuições, outros prejuízos sociais e econômicos; outros passam sem deixar qualquer contribuição para o desenvolvimento humano, apenas consertando e dando manutenção em obras que foram construídas por aqueles que foram mais visionários. Uma mão de tinta, um cimento novo, uma manutenção de espaço e o que mais importa é inauguração, lógico, próximo às eleições. Ah, alguns começam e dizem que precisam de mais quatro anos para engabelar um pouquinho mais.

Um bom gestor é aquele que é capaz de ler as novas relações humanas, sociais e econômicas e integrar o serviço com tecnologia e sustentabilidade. Um bom gestor não é egoísta, porque sabe que grandes obras geram frutos nas gestões futuras. Agora, um excelente gestor público, prefeito por exemplo, de fato é aquele que consegue melhorar as estatísticas de desenvolvimento humano e econômico na sua própria gestão. Este sim é o bom!

Mas a verdade é que já não se fazem prefeitos como antigamente.

Os prefeitos ainda continuam sendo figuras míticas. Ainda querem ser chamados de o "pai da cidade", o "tio bondoso" das praças públicas, o "super-herói" dos asfaltos esburacados. Mas, entre nós, os prefeitos não estão mais intitulados de "pai"; eles poderiam ser melhor chamados de zeladores, cuidando para que a luz não queime, limpando o jardim da cidade e pintando postos de saúde e escolas. Sim, estamos falando de um gerenciamento básico, sem a menor pitada de inovação ou visão de futuro.

Os antigos gestores pensavam grande! Construíam pontes que conectavam não apenas bairros, mas também corações. Faziam escolas que formavam não apenas alunos, mas cidadãos. Hoje, nossos líderes parecem mais preocupados em cortar fitas do que em cortar desigualdades. Eles adoram uma boa inauguração, não há dúvida! Mas e o planejamento a longo prazo? Ah, isso fica para o próximo mandato, ou para o próximo prefeito, quem sabe? Alias, querem que dizer que precisam de mais quatro anos para engabelar por mais alguns anos.

Então, onde estão os prefeitos de antigamente? Aqueles que não tinham medo de arregaçar as mangas e de sujar os sapatos de lama para caminhar pelas ruas da cidade? Aqueles que desde o início do mandato ouviam o povo, e não apenas para ganhar votos, mas para entender suas necessidades e dores? Onde estão os gestores que viam além dos números e das estatísticas, e enxergavam as pessoas por trás deles?

Talvez, eles estejam por aí, perdidos em meio a tantos discursos clichês e selfies. Ou talvez, apenas talvez, eles ainda estejam em nossos corações, esperando para ser redescobertos por uma nova geração de líderes que, com um pouco de sorte e muito trabalho, poderão devolver à cidade o ritmo e a qualidade do exercício político que ela tanto merece.

Por Lisdeili Nobre

Delegada de Polícia, docente do curso de direito da Rede UNEX, Doutoranda em Políticas Públicas, especialista em Planejamento de Cidades, membra da Academia Grapiúna de Artes e Letras, cronista de diversos blogs, feminista, Presidente do União Brasil Mulher de Itabuna e apresentadora do Política sem Mistério transmitido pela TVi.

@lisdeili.nobre

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