O personagem é o mesmo, se trata de Sérgio Moro, hoje senador pelo União Brasil, que já se acostumou a ser réu e pedir arrego a quem está lhe processando.
Moro andou dizendo que compraria um habeas corpus de Gilmar Mendes, insinuando que o ministro do Supremo Tribunal Federal, instância maior do Poder Judiciário, vende suas sentenças.
Moro, que já foi bolsonarista, depois antibolsonarista e voltou a ser bolsonarista, pode ser condenado por crime contra a honra e, como consequência, a perda do mandato. A Primeira Turma do STF acatou, por unanimidade, a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Moro fica agora dizendo que tudo não passou de uma brincadeirinha. "Meu cliente fez uma brincadeira falando sobre a eventual compra da liberdade, uma brincadeira de festa junina", declarou o advogado do parlamentar.
Aquele Sérgio Moro, então juiz da Lava Jato, que terminou virando um invejável "cabo eleitoral" da candidatura de Jair Messias Bolsonaro à presidência da República, sucumbiu.
A contrapartida pelo reconhecimento de que a atuação do juiz Sérgio Moro na Lava Jato foi importante para a eleição de Bolsonaro, robustecendo o antipetismo, fez o eleito chefe do Palácio do Planalto o convidar para ser ministro da Justiça e da Segurança Pública.
Moro, sem pestanejar, todo orgulhoso, com a vaidade saltando aos olhos e já de olho na próxima sucessão presidencial, dando portanto um chega pra lá na reeleição do "mito", aceitou o convite. Deu no que deu: brigou com o chefe e terminou saindo pela porta do fundo do ministério.
Sérgio Moro julgador, depois de tanta empáfia e arrogância, se achando superior a tudo e a todos, passou a ser julgado.
Não sei como ficou a escolha do caro e atento leitor. A modesta Coluna Wense optou pelo ditado popular do "quem te viu, quem te vê".
COLUNA WENSE, 06.07.2024.
Marco Wense - Itabunense, Advogado e Articulista de Política. Assina a Coluna Wense, publicada diariamente em vários sites e blog da Bahia.
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