Acredito que grande parte dos veteranos e parte de uma fração de 1997 estão realmente decepcionados, revoltados e sem perspectiva, pensando em sair assim que completarem o tempo de aposentadoria voluntária. Entretanto, tenho certeza de que, se os ventos levarem a instituição policial civil ao seu apogeu, com o retorno da ascensão funcional, fortalecendo a atividade policial de investigação, delegacias e departamentos atuando como há algum tempo atrás, valorizando os servidores e com perspectivas de crescimento salarial, todos ficarão. Ser policial não é para qualquer um, e todos sabem disso. O verdadeiro policial, antes de tudo, é um sonhador.
A situação atual dos veteranos da Polícia Civil da Bahia é marcada por um profundo sentimento de desilusão e frustração. Muitos daqueles que ingressaram na corporação com grandes expectativas e um forte desejo de servir e proteger encontram-se agora desmotivados, questionando o valor de suas contribuições e planejando a aposentadoria assim que atingirem os requisitos necessários para a aposentadoria voluntária. Este sentimento de desânimo não é infundado; decorre de anos de desafios não enfrentados e da falta de reconhecimento por parte da administração.
A insatisfação entre os veteranos é compreensível. Eles enfrentaram anos de dificuldades, trabalhando em condições muitas vezes adversas, sem os recursos adequados e com uma remuneração que não reflete o risco e a importância de suas funções. A revolta e a sensação de estagnação profissional são comuns, pois muitos sentem que, apesar de seus esforços e sacrifícios, a ascensão funcional e o reconhecimento financeiro são inalcançáveis.
Entretanto, a esperança persiste. Há um desejo coletivo de ver a Polícia Civil da Bahia retornar aos seus dias de glória, onde a ascensão funcional era uma realidade tangível e o trabalho policial era valorizado e respeitado. Este retorno ao apogeu implica um fortalecimento das atividades de investigação, um funcionamento eficiente das delegacias e departamentos, e uma valorização real dos servidores, não apenas em termos de elogios, mas também de condições de trabalho e perspectivas salariais. A implementação de políticas que promovam o crescimento profissional e a justa remuneração pode transformar a atmosfera atual de descontentamento em um renascimento de dedicação e entusiasmo.
A função policial não é para qualquer um; exige uma combinação única de coragem, resiliência e um profundo senso de dever. Os policiais, verdadeiros sonhadores, entraram na corporação com a visão de fazer a diferença na sociedade, de proteger os inocentes e trazer justiça aos culpados. Este sonho, apesar das adversidades, ainda reside dentro de muitos. Se a instituição puder reformar-se e proporcionar o ambiente de trabalho que esses veteranos merecem, não há dúvida de que eles permanecerão. Eles são impulsionados não apenas pela necessidade de um emprego, mas pela vocação de servir.
A frustração atual entre os veteranos da Polícia Civil é palpável, mas a esperança de melhorias e valorização pode reverter esse quadro. Com a instituição policial civil em seu auge, a dedicação e o compromisso dos policiais prevalecerão. Afinal, ser policial é mais do que uma profissão; é uma vocação. Esta vocação, quando apoiada por uma administração justa e visionária, pode reacender o espírito de todos aqueles que dedicaram suas vidas à segurança pública, transformando desilusão em renovada esperança e determinação.
Por Crispiniano Daltro