Era uma noite qualquer em uma praça pública, onde as luzes se apagaram repentinamente durante um evento público. Nada oficialmente, mas burburinhos dizem que foi um desligamento proposital, mas, como profissional do direito, sei que não se pode falar de autoria sem prova concreta. Portanto, não discutiremos as causas deste apagão específico nesta crônica, mas sim a metáfora que ele representa: a escuridão impositiva na vida pública.
Por que gestões públicas apagariam as luzes, literal ou metaforicamente? A luz é símbolo de claridade, transparência, essencial para mostrar o caminho por onde os recursos destinados à saúde e educação deveriam fluir para realmente alcançar a população.
No escuro, não se vê os "ralos" por onde andam os "ratos" com os recursos que podem estar desviando, e sendo gastos em caminhos tortuosos.
Frequentemente, a população é distraída por ilustres personagens e eventos, não percebendo que as informações sobre a gestão pública não são claras, precisas, nem facilmente acessíveis. Como saber se o dinheiro público está realmente sendo empregado para o bem comum?
A luz é um princípio que todo administrador deveria seguir. Apagar as luzes é falhar em prestar contas do que está sendo gasto e como. Quando as luzes de uma praça se apagam, acende-se a escuridão que leva as pessoas ao desalento com a vida pública da cidade. Esta escuridão não é apenas uma falta de iluminação, mas um véu que cobre a corrupção sistêmica.
A corrupção no setor público desgasta a confiança das pessoas nas instituições governamentais, afeta a integridade das políticas públicas e distorce os resultados esperados do setor público. A verdadeira transparência é a luz que dispersa essa escuridão, revelando não apenas onde estamos, mas para onde devemos caminhar na gestão da coisa pública. Portanto, é essencial questionar e exigir que as "luzes" permaneçam acesas, em todos os sentidos.
A transparência deve ser a norma, não a exceção, para que possamos reconstruir e manter a confiança em nossas instituições. Afinal, onde há luz, há esperança de um caminho claro e justo para todos.
Por Lisdeili Nobre