Os irmãos pernambucanos honraram a esquerda nordestina no último dia 15 de novembro. Recife escolherá no 2º turno o próximo prefeito entre PT e PSB, produto da consciência do eleitor que sabe o que quer e deseja o melhor para sua terra. O princípio basilar reside na educação política de berço, tendo à frente figuras inesquecíveis que plantaram sementes no passado, na certeza de colher bons frutos no futuro. Faço questão de ressalvar dentre os responsáveis pelo sucesso alcançado, o incomparável educador Paulo Freire, Dom Hélder Câmara e Miguel Arraes, figuras incansáveis no combate à ditadura militar que jamais recuaram na proteção dos direitos do cidadão, em nome da manutenção do regime democrático.
Defenderam e incentivaram o ensino público de qualidade, tendo na sociologia a mola propulsora para a formação política do cidadão, posteriormente considerada como inimigo número um pelas elites retrógradas, sendo excluída do currículo escolar a partir de 2018 por determinação de um arremedo de presidente negacionista e eleito a fórceps via fake news.
Cumpre esclarecer que o coronelismo implantado em alguns estados nordestinos teve na subserviência a força motriz de apoio a golpes arquitetados pela arrogância e prepotência, sem jamais abrir mão do inseparável chicote com a finalidade de manter o gado sob controle, mesmo sabendo que o estouro da boiada será inevitável. Antônio Carlos Magalhães, José Sarney e Jader Barbalho foram os principais protagonistas da perpetuação do atraso sócio-cultural do Norte e Nordeste. Quem duvidar que consulte os canais competentes e se aprofunde no assunto.
Para sepultar definitivamente nosso passado sombrio, necessário se torna que as esquerdas aprendam e entendam que a fragmentação de inúmeras bandeiras só beneficiará o segmento político servil, oportunista e reacionário. Portanto, a partir de agora vamos dar as mãos e abraçar 2022 rumo à vitória. Que Boulos mostre no 2º turno o início da sonhada transformação, renovando a esperança dos brasileiros em resgatar nossa soberania, livrando-nos de uma vez por todas da abominável dominação estrangeira.
O capitão do mato, que até hoje não disse para que veio, com a derrota de Trump, somando-se à total falta de prestígio nas eleições recentes, deveria, se tivesse dignidade, renunciar e fixar residência nos States, fazendo companhia ao patrão derrotado. Seria apoteótico um "Go home Bolsonaro", com um pequeno detalhe: sem direito a retornar.
Jorge Braga Barretto
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