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Seis anos do Memorial de Nelson Gonçalves

Este sábado, 31 de agosto, pode ser considerado um dia comum, já que não existe um fato comemorativo de relevância, mas para alguns têm um signific...

30/08/2024 às 10h03
Por: Redação Fonte: Prefeitura de Feira de Santana - BA
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Foto: Washington Nery - Arquivo
Foto: Washington Nery - Arquivo

Este sábado, 31 de agosto, pode ser considerado um dia comum, já que não existe um fato comemorativo de relevância, mas para alguns têm um significado especial. Exatamente no dia 31 de agosto de 2018, o prefeito Colbert Martins Filho, ao lado de Antônio Carlos Coelho, presidente da Fundação Egberto Costa, inaugurava o Memorial de Nelson Gonçalves, anexo ao Centro Cultural Maestro Miro, no bairro Muchila.

Com um acervo sem igual no país, não há informações de que haja um similar, o Memorial foi uma doação do feirense Diógenes Carvalho, amigo pessoal e ardoroso admirador de Nelson Gonçalves que, além de ofertar o magnífico acervo ao Município, propôs dele cuidar, sem qualquer remuneração, o que tem feito com extremo zelo.

Muito conhecido na cidade já que trabalhou bom tempo no extinto Feira Tênis Clube, muito jovem Diógenes foi para Salvador ingressando no Exército Brasileiro. Foi jogador profissional dos extintos São Cristóvão e Guarany (campeão baiano de 1946), mas negou-se a atuar no Vitória, por ser torcedor do Bahia. Nessa época conheceu Nelson Gonçalves, surgiu uma rara amizade entre os dois a ponto de Nelson visitá-lo, sempre que vinha à Bahia, indo “Dija” ao Rio de Janeiro também vê-lo.

Qualquer obra da “Voz de ouro do Brasil” era por ele adquirida. Como Nelson excursionou o ano inteiro, apresentando-se nos mais longínquos pontos do país e até fora, às vezes só tomava conhecimento de um novo lançamento através de Dija. Hoje todo esse material, mais de mil discos lançados entre elepês, CDs, setenta e oito rotações, compactos simples e duplos, estão no memorial ao lado de inúmeras publicações - revistas, jornais, livros, reportagens, fotos, filmes e vídeos. São mais de 2.700 peças, incluindo um gramofone, uma radiola, inúmeros rádios e um violão.

“Boêmia”, “Deusa do Asfalto”, “A Volta do Boêmio”, “Carlos Gardel”, “Tango para Teresa”, “Hoje Quem Paga Sou Eu” e tantos outros clássicos admirados pelos fãs de Nelson e da seresta estão no acervo e são ouvidos diariamente por Diógenes que, no entanto, por questões sentimentais, elegeu “A Primeira Mulher”, uma música não tão conhecida de Nelson, como a sua preferida.

Verdadeiro conhecedor da história de vida de Nelson Gonçalves, ele nunca se escusa a esclarecer pontos da carreira do cantor para as pessoas interessadas. Um detalhe interessante e que nem todos sabem é que “O rei da voz do Brasil” só teve uma gravadora durante toda sua carreira, a RCA VICTOR. Essa fidelidade com a gravadora também foi mantida através da rara e incomparável amizade entre os dois. Assim Diógenes Carvalho - Dija é muito claro quando afirma: “Quando morrer, eu quero que meu velório seja no Memorial do meu eterno amigo Nelson Gonçalves. Estou aqui, zelando pelo seu trabalho, e quero ser velado, aqui!”, diz ele de forma pragmática.

Por: Zadir Marques Porto



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