CATEGORIA POLICIAL "DOUTOR"
TRADIÇÃO OU EQUÍVOCO? - O uso inadequado do título "DOUTOR" para Delegados de Polícia.
A importância de distinguir entre doutores por formação acadêmica e o uso coloquial do termo.
13/09/2024 17h25 Atualizada há 1 semana
Por: Carlos Nascimento Fonte: Redação

O título de "doutor" tem uma conotação formal e acadêmica bem definida: é concedido àqueles que concluem um doutorado, uma das mais altas qualificações acadêmicas, após defender uma tese de pesquisa original. No entanto, no Brasil, o termo é amplamente utilizado de maneira equivocada, especialmente ao se referir a profissionais que possuem apenas um diploma de ensino superior, como advogados e delegados de polícia.

A cultura de chamar delegados de polícia de "doutor" está enraizada no respeito ao cargo e à autoridade que eles representam, mas isso não altera o fato de que a prática desvirtua o significado acadêmico do título. O uso indiscriminado desse termo para designar pessoas que não possuem doutorado pode gerar confusão e diminuir o reconhecimento daqueles que, de fato, passaram anos de estudo e pesquisa para obter o título.

Na prática jurídica, esse fenômeno é ainda mais comum, sendo a advocacia uma das profissões mais associadas ao uso do termo "doutor". A tradição remonta ao tempo em que a formação superior era algo reservado à elite e conferia um status elevado na sociedade. Contudo, a educação superior se tornou mais acessível, e a expansão de cursos de pós-graduação, como mestrado e doutorado, trouxe uma nova realidade: doutor não é simplesmente quem tem um diploma universitário, mas quem, formalmente, defendeu uma tese e adquiriu esse título acadêmico.

Embora muitos profissionais da segurança pública possuam pós-graduação e até mesmo doutorado, a grande maioria dos delegados que são chamados de "doutor" o fazem apenas por força de hábito ou convenção social, sem que possuam a titulação acadêmica correspondente.

A Banalização do Título de "Doutor"

O uso do termo "doutor" para delegados de polícia e outros profissionais que não possuem doutorado é uma prática cultural que se mantém por tradição, mas é importante que se valorize o significado acadêmico do título. Respeitar essa distinção contribui para um reconhecimento mais justo e criterioso dos verdadeiros doutores, aqueles que dedicaram anos de estudo e pesquisa para defender suas teses e contribuir para o avanço do conhecimento.

O uso do tratamento “doutor” no âmbito das polícias pode ser visto como uma banalização do tratamento formal.

O título, historicamente reservado para autoridades de alta relevância, como chefes de Estado, membros do Judiciário e do Legislativo, passa a ser aplicado de maneira indiscriminada a qualquer agente público de níveis hierárquicos variados. Isso dilui o peso e a distinção que o termo originalmente carregava.

Ao expandir o uso desse tipo de formalidade sem a devida formação acadêmica, corre-se o risco de transformar um tratamento que deveria indicar respeito a posições de grande relevância em uma convenção puramente protocolar, esvaziando seu sentido. Além disso, o uso excessivo de termos honoríficos pode criar uma distância artificial entre as autoridades e a população, quando o foco deveria estar na eficiência e transparência do serviço público, e não em formalidades que pouco contribuem para a melhoria da administração pública.

Portanto, o que inicialmente parece uma tentativa de padronização e respeito acaba, em muitos casos, banalizando a importância do tratamento, tornando-o apenas um ritual desnecessário, sem um verdadeiro significado que justifique sua aplicação universal.

TRADIÇÃO OU EQUÍVOCO? - O uso inadequado do título "DOUTOR" para Delegados de Polícia.
CATEGORIA POLICIAL "DOUTOR"
TRADIÇÃO OU EQUÍVOCO? - O uso inadequado do título "DOUTOR" para Delegados de Polícia.
A importância de distinguir entre doutores por formação acadêmica e o uso coloquial do termo.
13/09/2024 17h25 Atualizada há 1 semana
Por: Carlos Nascimento Fonte: Redação

O título de "doutor" tem uma conotação formal e acadêmica bem definida: é concedido àqueles que concluem um doutorado, uma das mais altas qualificações acadêmicas, após defender uma tese de pesquisa original. No entanto, no Brasil, o termo é amplamente utilizado de maneira equivocada, especialmente ao se referir a profissionais que possuem apenas um diploma de ensino superior, como advogados e delegados de polícia.

A cultura de chamar delegados de polícia de "doutor" está enraizada no respeito ao cargo e à autoridade que eles representam, mas isso não altera o fato de que a prática desvirtua o significado acadêmico do título. O uso indiscriminado desse termo para designar pessoas que não possuem doutorado pode gerar confusão e diminuir o reconhecimento daqueles que, de fato, passaram anos de estudo e pesquisa para obter o título.

Na prática jurídica, esse fenômeno é ainda mais comum, sendo a advocacia uma das profissões mais associadas ao uso do termo "doutor". A tradição remonta ao tempo em que a formação superior era algo reservado à elite e conferia um status elevado na sociedade. Contudo, a educação superior se tornou mais acessível, e a expansão de cursos de pós-graduação, como mestrado e doutorado, trouxe uma nova realidade: doutor não é simplesmente quem tem um diploma universitário, mas quem, formalmente, defendeu uma tese e adquiriu esse título acadêmico.

Embora muitos profissionais da segurança pública possuam pós-graduação e até mesmo doutorado, a grande maioria dos delegados que são chamados de "doutor" o fazem apenas por força de hábito ou convenção social, sem que possuam a titulação acadêmica correspondente.

A Banalização do Título de "Doutor"

O uso do termo "doutor" para delegados de polícia e outros profissionais que não possuem doutorado é uma prática cultural que se mantém por tradição, mas é importante que se valorize o significado acadêmico do título. Respeitar essa distinção contribui para um reconhecimento mais justo e criterioso dos verdadeiros doutores, aqueles que dedicaram anos de estudo e pesquisa para defender suas teses e contribuir para o avanço do conhecimento.

O uso do tratamento “doutor” no âmbito das polícias pode ser visto como uma banalização do tratamento formal.

O título, historicamente reservado para autoridades de alta relevância, como chefes de Estado, membros do Judiciário e do Legislativo, passa a ser aplicado de maneira indiscriminada a qualquer agente público de níveis hierárquicos variados. Isso dilui o peso e a distinção que o termo originalmente carregava.

Ao expandir o uso desse tipo de formalidade sem a devida formação acadêmica, corre-se o risco de transformar um tratamento que deveria indicar respeito a posições de grande relevância em uma convenção puramente protocolar, esvaziando seu sentido. Além disso, o uso excessivo de termos honoríficos pode criar uma distância artificial entre as autoridades e a população, quando o foco deveria estar na eficiência e transparência do serviço público, e não em formalidades que pouco contribuem para a melhoria da administração pública.

Portanto, o que inicialmente parece uma tentativa de padronização e respeito acaba, em muitos casos, banalizando a importância do tratamento, tornando-o apenas um ritual desnecessário, sem um verdadeiro significado que justifique sua aplicação universal.