O delegado titular da Delegacia Territorial de Catu, a 94 km de Salvador, Antonio Luciano Lima, foi afastado do cargo por 15 dias, conforme Portaria nº 427, de 27 de setembro de 2024, assinada pela Delegada-Geral da Polícia Civil da Bahia e publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) no dia 28.
A medida foi tomada após o delegado ter sido acusado de abuso de autoridade e perseguição política, com suspeita de parcialidade em favor de um candidato nas eleições municipais.
Além do afastamento de Lima, foi publicada no mesmo Diário Oficial a designação da Delegada Rita de Cássia, lotada em Alagoinhas, sede da 2ª Coorpin, para atuar em Catu durante o período eleitoral de 15 dias.
A decisão de afastar o delegado foi tomada após uma denúncia do candidato a prefeito Gera Requião (PSD), que alegou que Lima havia registrado um Boletim de Ocorrência (BO) acusando a campanha de Requião de patrocinar matérias em sites locais para benefício pessoal. O candidato considerou a ação uma tentativa de interferir na eleição.
"Isso é uma perseguição política orquestrada para me desestabilizar. Um ato desesperado de interferência política na eleição municipal. Recorremos à Corregedoria da Polícia Civil porque acreditamos na seriedade e competência dessa instituição, e providências imediatas foram tomadas”, afirmou Requião.
CATU: TERRA SEM LEI?
Outro episódio polêmico envolvendo a polícia local também circula nas redes sociais. Um vídeo mostra o depoimento de Maria Helena, mãe de Lisa, uma mulher presa com seu filho de 1 ano após a polícia invadir sua casa. Segundo Maria Helena, sua filha foi detida por oito horas, sem mandado judicial, sob ordens do delegado de Catu. A prisão teria ocorrido após Lisa ser acusada de distribuir o jornal O Coreto, tradicional na cidade.
Esse caso levantou questionamentos sobre o conteúdo do jornal e o motivo que teria levado à prisão da mulher, sugerindo que as ações do delegado em Catu estariam relacionadas a uma escalada de abusos de autoridade na cidade.
O afastamento do delegado Antonio Luciano Lima e a prisão de uma mulher por distribuir um jornal na cidade de Catu lançam uma sombra sobre a atuação da polícia local, especialmente em um período eleitoral sensível. Os eventos colocam em foco a necessidade de se investigar a fundo as denúncias de abuso de autoridade e perseguição política, garantindo que as ações da polícia sejam imparciais e respeitem os direitos dos cidadãos.
Confira Portaria de afastamento:
Confira vídeo denúncia: