Reflexão estratégica sobre o propósito da campanha
A doação de sangue é, sem dúvida, um ato nobre que todos, em algum momento da vida, deveriam considerar realizar. Entretanto, como bem colocou o Investigador Luiz Honorino, é necessário avaliar se, no contexto atual, essa campanha do Sindicato dos Policiais Civis cumpre algum objetivo além da solidariedade. Estamos diante de uma luta por reconhecimento e valorização salarial.
Nesse cenário, cabe a pergunta: essa iniciativa contribui para nossa causa, ou corre o risco de ser interpretada como submissão?
O Investigador de Polícia Civil Luiz Honorino nos convida a refletir sobre pontos cruciais: a sociedade está ciente das dificuldades enfrentadas pelos policiais civis?
Estamos utilizando essa campanha como forma de mobilização e conscientização, ou apenas oferecendo mais um sacrifício silencioso? Será que essa entrega, em vez de acumular forças, acaba reforçando a inércia e o descaso do governo estadual?
Doação e luta: um equilíbrio necessário
III Como lembra a canção da banda Cidade Negra – "Se eles querem o meu sangue, terão o meu sangue só no fim" – devemos refletir sobre o momento e o simbolismo dessa doação. Nossa disposição em doar não pode ser vista como uma aceitação tácita das condições precárias que enfrentamos. A verdadeira questão é: estamos utilizando essa campanha de forma estratégica, para demonstrar tanto nossa solidariedade quanto nossa insatisfação? |||
Dar o sangue, mas não a rendição
A campanha de doação de sangue do Sindicato é uma demonstração genuína do compromisso dos policiais civis com a sociedade. No entanto, é essencial que ações como essa sejam acompanhadas de uma mensagem clara sobre a realidade da categoria e a necessidade de valorização. Doar o sangue, sim, mas jamais a dignidade ou a esperança por um futuro melhor.
Nossa luta não pode ser esquecida ou diluída em gestos simbólicos – ela deve continuar até que tenhamos o reconhecimento e o respeito que merecemos.
Cidade Negra - Querem Meu Sangue (The Harder They Come)