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UMA REFLEXÃO CRÍTICA: A Realidade da Segurança Pública na Bahia e o Papel das Negociações Salariais

Crispiniano Daltro comenta a produção do vídeo sindical e o papel da gestão na crise da Segurança Pública.

23/10/2024 às 20h10 Atualizada em 23/10/2024 às 21h15
Por: Carlos Nascimento Fonte: Editoria de Polícia
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UMA REFLEXÃO CRÍTICA: A Realidade da Segurança Pública na Bahia e o Papel das Negociações Salariais

Em recente vídeo produzido pelo sindicato e demais entidades da Polícia Civil da Bahia, o presidente da ADPEB/Sindicato apresentou uma análise que, segundo Crispiniano Daltro, ignora a verdadeira causa da crise de segurança pública. Embora o vídeo seja tecnicamente bem produzido, Daltro adverte que a solução para a violência urbana e a criminalidade não está atrelada diretamente à remuneração dos policiais civis. Para ele, o verdadeiro problema é de gestão.

Daltro afirma que o discurso de vincular a crise à remuneração não convence nem a sociedade nem o atual governo. Ele alerta que repetir essa tese favorece principalmente os Delegados e Peritos Oficiais, cujas condições de carreira estão em ascensão, enquanto a base da pirâmide, composta por Investigadores, Escrivães e Peritos Técnicos, permanece estagnada. "Precisamos raciocinar com a razão e não com a emoção", defende.

Ele também critica a forma como os Delegados conduzem a chamada "negociação unificada". Segundo Daltro, esses líderes utilizam a força de trabalho da base – que está na linha de frente – para alcançar objetivos próprios. Ele ressalta que seu objetivo não é criar um conflito entre a base e a cúpula da Polícia Civil, mas sim chamar a atenção para o desequilíbrio nas negociações e para a falta de conhecimento do governo estadual em relação à segurança pública.

Daltro questiona por que, diante da disparidade salarial evidente, a cúpula da Polícia Civil não propõe ao governo que a reestruturação remuneratória comece pela base. Ele sugere que a valorização da base estabeleceria o princípio da igualdade e acabaria com o abismo existente entre as classes, tanto social quanto hierarquicamente. Para ele, a sequência lógica seria corrigir primeiro os salários dos Investigadores, Escrivães e Técnicos, e só depois, tratar das demandas salariais dos Delegados e Peritos.

"Se o governo seguir os mesmos critérios de melhoria salarial, quem será beneficiado novamente serão os Delegados e os Peritos, que já possuem remuneração isonômica", alerta. Ele também aponta que esses cargos detêm o controle do poder na instituição, o que explica a narrativa pública que que tenta dividir a instituição Policia Civil, a intitular seu Departamento de Perícia Técnica, em outra instituição como a nomenclatura de Polícia Técnica, mesmo porque, Constitucionalmente não existe essa separação formal no rol das Polícias relacionadas no Art. 144: Polícia Federal, Polícia Rodoviária e Ferroviária Federal, Polícias Civis e Polícia Penal.

Em sua conclusão, Daltro reforça que seu posicionamento não se trata de manipulação, mas de uma visão crítica sobre a maneira como os Delegados estão utilizando a emoção, e não a razão, para influenciar a categoria. Ele conclama a base a reflexão sobre a situação e a exigir uma reestruturação justa e equitativa, que valorize com o retorno da carreira única, resgatando o sistema de Ascenção Funcional Profissional que valorize aqueles que realmente estão na linha de frente da atividade fim, de Polícia Judiciária.

Crispiniano Daltro apresenta uma análise direta sobre a crise da segurança pública na Bahia, destacando a necessidade de uma gestão eficiente que enfrente os verdadeiros problemas da categoria. Para ele, as negociações salariais devem priorizar a base, corrigindo disparidades que perpetuam o desequilíbrio dentro da Polícia Civil.

Sua crítica aponta para o papel estratégico da cúpula em conduzir negociações que beneficiam apenas uma elite, deixando de lado aqueles que estão na linha de frente do combate ao crime. O caminho, segundo Daltro, é uma reforma justa, que traga a valorização de todos os cargos, começando pela base.

Confira vídeo das entidades de classes dos Policiais Civis:

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