A discussão sobre a sucessão presidencial já toma conta das duas principais correntes políticas do Brasil, obviamente que falo do lulismo e bolsonarismo.
O crucial problema do movimento ideológico que tem como líder o presidente Lula (PT) é só ter ele como opção para enfrentar uma disputa pelo poder maior da República. Falo de força política e viabilidade eleitoral.
O dilacerante dilema do lulopetismo é a eventual possibilidade do líder-mor não sair candidato à reeleição em decorrência de três motivos:
1) a queda na popularidade e na aprovação do governo.
2) encerrar uma brilhante carreira política com uma derrota.
3) a saúde do chefe do Palácio do Planalto.
E o bolsonarismo? Já não é mais o mesmo. Tem agora os "bolsonaristas" entre aspas, que trabalham na calada da noite para enfraquecer o "mito". Fazem parte da direita antibolsonarista. O protagonista desse movimento é o presidenciável Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo.
Em conversas reservadas, Jair Messias Bolsonaro tem dito que quando o assunto é a sucessão de Lula, com o nome de Tarcísio na pauta, segue a sabedoria popular do "um olho no padre, outro na missa".
Lembrando ao caro e atento leitor que Bolsonaro está inelegível por decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Se for condenado por tentativa de golpe de Estado, associação criminosa e abolição do Estado democrático de Direito poderá pegar uma pena de 23 anos de prisão.
O mais popular político da direita, em recente entrevista à revista Veja, disse que será candidato, que fará o registro da candidatura no "último momento". Só faltou usar o jargão de que "tudo não passa de uma intriga da oposição".
Bolsonaro tem dois caminhos para ficar elegível, derrubar a inelegibilidade. O primeiro pelo Congresso Nacional, via projeto de anistia, que é essencialmente político. O segundo, o jurídico com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF), instância máxima do Poder Judiciário.
No mais, esperar o desenrolar das articulações. Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que o ponto comum entre Lula e Bolsonaro é que um quer o outro como adversário na sucessão de 2026. Concluo dizendo que a volta da polarização Lula versus Bolsonaro, do lulismo contra o bolsonarismo, seria a pior coisa que poderia acontecer para o Brasil.
COLUNA WENSE, 02.11.2024.
Marco Wense - Itabunense, Advogado e Articulista de Política. Assina a Coluna Wense, publicada diariamente em vários sites e blog da Bahia.
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