Pedaços de cabos de vassouras, garrafas pets, fios de náilon…Quando o desejo de educar é maior do que qualquer dificuldade imposta, até materiais que facilmente são encontrados no lixo se transformam em instrumento musical. Foi juntando exatamente esses objetos descartáveis a duas cordas, que há oito meses, o professor de música da rede municipal de ensino de Caruaru, Samuel Soares, criou o “Litrolino”.
Este já tem sido bastante utilizado nas aulas de Samuel na Escola Municipal Reunidas Casa do Trabalhador. “Pesquisando algumas possibilidades, cheguei até a produção do Litrolino para tornar o aprendizado do violino ainda mais acessível aos estudantes. E graças a Deus, a ideia vem dando certo, cada vez mais, alunos estão procurando as aulas para descobri-lo e tocá-lo, o que tem nos deixado bastante orgulhosos, porque nossa principal intenção sempre foi mesmo aproximá-los dos valores transmitidos pela música”, destacou.
As aulas com Samuel sobre o Litrolino vêm ocorrendo duas vezes por semana, contando com as participações de estudantes do 4º, 6º e 9º ano, dentre eles, Davi Nogueira, de 9 anos. A fascinação pelo instrumento tem sido de tal maneira por parte do pequeno que ele já vem confeccionando o seu próprio Litrolino. “Davi é apaixonado por música desde os dois anos de idade e sempre descobre uma forma de fazer um novo som dentro casa! O Litrolino virou o seu xodó tanto que já o produziu, com o auxílio do professor!”, comentou orgulhosa, a mãe dele, Ivanete de Sousa.
Conforme ressaltaram, em conjunto, as mães das alunas Camilla Raniele (11) e Alice Dayane (9), respectivamente, Carla Raniele e Anna Kelly, a convivência com o instrumento artesanal tem propiciado ganhos importantes para toda uma vida. “Disciplina, foco, paciência, estímulo, respeito, tudo isso, tem sido reforçado para ela, por meio do manuseio do Litrolino, e o aprendizado na sala de aula também melhorou bastante”.
De acordo com a gerente de Arte-Educação da Secretaria Municipal de Educação e Esportes, Adriana Sales, a meta da Prefeitura de Caruaru é de fortalecer, cada vez mais, a prática de instrumentos musicais no ambiente da sala de aula. “O Litrolino, por exemplo, é mais do que um instrumento produzido com cabo de vassoura e garrafa pet. É sim também um projeto educacional na medida em que incentiva a arte, a sustentabilidade e a inclusão. Hoje, a rede possui 60 arte-educadores atuando nas escolas e continuaremos educando bastante por meio dessa arte musical”.