Em um vídeo que circula nas redes sociais e em alguns sites, o Coronel da Reserva da Polícia Militar, Humberto Sturaro, ex-Coordenador da Prefeitura-Bairro do Centro Histórico de Salvador, direcionou críticas ao vereador Kel Torres (Republicanos) em resposta a às declarações de cunho pessoal atribuídas ao parlamentar.

Acusações e Respostas
No vídeo, Sturaro afirma que o vereador Kel Torres o teria chamado de homossexual, alegando que o militar “sustenta garotão” e mantém “duas famílias”. Segundo Sturaro, Torres teria dito a um amigo do Coronel que ele havia presenteado um jovem com uma motocicleta, além de sustentar duas famílias.

Vale lembrar que Kel Torres foi eleito vereador pelo partido Progressistas, com 13.338 votos, representando 0,99% dos votos válidos, enquanto Sturaro, que concorreu pelo PSD e obteve 2.622 votos, não conseguiu ser eleito. Ambos são aliados do prefeito reeleito Bruno Reis, e a troca de farpas entre os dois coloca em evidência a possibilidade de um conflito de interesses dentro da base de apoio governista.

Fogo Amigo e Possível Perda de Foco na Agenda Pública
A desavença entre Sturaro e Torres reflete um clima de tensão que sugere vaidades pessoais acima de questões políticas de relevância para Salvador. Em meio a desafios urgentes para a cidade, a disputa pública entre ambos pode ser vista como uma distração desnecessária e contraproducente para a base aliada, que corre o risco de desviar o foco de temas de interesse público.

Essa troca de acusações entre aliados políticos, além de ser vista como um desperdício de energia e atenção, pode ser interpretada pelo eleitorado como uma tentativa de se manter em evidência através da controvérsia, ao invés de focar nas demandas da população. Para Salvador, a continuidade desse tipo de embate levanta dúvidas sobre a unidade e o compromisso da base aliada com os interesses coletivos, em detrimento de questões pessoais e de vaidade. Causa estranheza um vereador que deveria se preocupar com os problemas da cidade ir de encontro à opção sexual de quem quer que seja. Se a moda pegar...

Confira transcrição do vídeo:
"Vereador, tentei ligar, tentei manter contato. O senhor não está me atendendo, não está respondendo, então estou lhe mandando este vídeo, ok? Vou até encaminhar para alguns amigos seus, para que algum deles o remeta para você.

Vereador, olha, vou fazer um pedido. Eu não sou político, tá? Não sei conviver com falsidade, com mentira, isso não faz parte de mim. Eu sou polícia, tá? Entrei na política porque quero representar minha categoria. Parabéns pelos seus votos, você deu um show nas eleições, todos sabem disso. Valeu.

Eu fiquei aí na sua área, fiz tanta coisa, mas, no fundo, sempre fui muito inteligente e sabia de tudo o que iria acontecer. Nunca te desrespeitei, nunca falei mal do seu nome, ok?

Você encontrou com meu amigo, Jesel Barreto, amigo vereador, formou comigo na cozinha. E você foi dizer para ele que eu sou isso, que dei uma moto de presente, que sustento um "garotão", que tenho duas famílias... Vereador, isso é feio. Vou ser honesto: ontem eu ia até sua casa, mas quem me tirou de tempo foi o J., porque foi ele quem pedi o seu endereço, pois eu não tinha.

Esse sangue que corre aqui, vereador, quando fica pressionado, ele cega, sabe? Esse sangue aqui foi o que me deu sucesso em todas as minhas missões de risco. Não ando armado, vereador, não procuro problema com ninguém. Confio em mim e me dou o respeito.

Vou fazer um pedido ao senhor e à sua esposa: por favor, não falem de mim, certo? Estamos na mesma gestão, precisamos fortalecer o Bruno, foi isso que pensei. A primeira coisa que pensei foi na oportunidade que o prefeito me deu.

Eu não vivo do salário da prefeitura, vereador, mas quero fazer parte da gestão. Hoje estou mais velho, mais inteligente. Se fosse há um tempo atrás, vereador, o senhor teria que “vomitar” essa moto que o senhor disse que eu dei, teria que fabricar essa história. Eu sou sincero e sempre fui perto do senhor. Eu sou essa pessoa.

Vou fazer um pedido: por respeito, siga o seu caminho e eu sigo o meu, tá bom? E, por favor, peça à sua esposa para não falar da minha vida pessoal. Tenho uma vida pessoal, certo, vereador? E a sua também. Vamos ficar em paz.

Com muita calma e tranquilidade, agradeço ao J., viu? Tenho muito o que agradecer a ele, porque não sei como teria sido o dia de hoje se não fosse por ele. Ontem, eu ia lhe procurar, onde quer que o senhor estivesse, para resolver essa conversa. Isso é muito feio, é baixo, dizer que eu sustento “garotão”. Pior ainda é contar uma história que ninguém acredita.

Enfim, tenha juízo, vereador. Juízo e sucesso para você também."

 VÍDEO NA ÍNTEGRA: