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Eleições Municipais 2024: Surpresas, Avanços e Retrocessos dos Partidos no Cenário Político Baiano

Com destaque para o crescimento de novas lideranças e partidos, e a inesperada derrota de celebridades, as eleições municipais revelam mudanças significativas na política local e preparam o terreno para 2026.

08/11/2024 às 12h35
Por: Carlos Nascimento Fonte: Editoria de Política
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 Eleições Municipais 2024: Surpresas, Avanços e Retrocessos dos Partidos no Cenário Político Baiano

Salvador e cidades estratégicas como Feira de Santana, Camaçari, Itabuna, Ilhéus e Vitória da Conquista revelaram as forças e fraquezas dos principais grupos políticos. Esse novo mapa político destaca a correlação de forças entre o governo estadual, liderado por Jerônimo Rodrigues, e as lideranças de oposição, abrindo um campo de disputa que já antecipa as estratégias para o próximo ciclo eleitoral.

As eleições municipais de 2024 trouxeram muitas surpresas e reflexos de mudanças no comportamento do eleitorado brasileiro. Enquanto alguns partidos tradicionais, como o PT e o PSDB, tiveram desempenhos mistos em várias regiões, outros, como o PL e o PSOL, ganharam terreno em cidades estratégicas, mostrando o fortalecimento de alianças regionais e a renovação da política com novos candidatos de base popular. Em especial, candidatos mais jovens e com pautas voltadas para sustentabilidade, inclusão social e combate à corrupção atraíram a atenção dos eleitores, aproveitando a insatisfação geral com figuras políticas estabelecidas.

Um dos destaques foi o desempenho do PSOL, que ampliou sua presença em grandes centros urbanos, enquanto partidos mais tradicionais enfrentaram dificuldades para se manterem competitivos em alguns municípios menores. Já o PL, beneficiado pela associação com lideranças conservadoras, manteve uma base sólida, especialmente em estados do Sul e do Centro-Oeste.

Outro aspecto marcante das eleições foi o número de celebridades que tentaram, sem sucesso, entrar na política. Nomes conhecidos, como ex-jogadores de futebol e influenciadores digitais, apostaram na popularidade para se eleger, mas enfrentaram a rejeição do eleitorado, que demonstrou maior exigência por experiência e compromisso político.

Conclusão: As eleições de 2024 mostram um eleitorado em busca de renovação e uma distribuição de forças que promete influenciar o cenário para 2026, quando os brasileiros retornarão às urnas para escolher o novo presidente, senadores, deputados federais e estaduais. Com a tendência de fortalecimento de partidos menores e o desgaste de algumas legendas tradicionais, a correlação de forças está em transformação, preparando um terreno competitivo e imprevisível para as próximas eleições gerais. Esse panorama revela uma política mais fragmentada, onde as alianças entre partidos e lideranças locais serão cruciais para determinar o futuro político do Brasil.

Correlação de Forças e Impactos para 2026.

As recentes eleições municipais na Bahia trouxeram resultados que vão muito além das vitórias locais, desenhando um cenário de reorganização e redefinição do equilíbrio político para 2026. Em especial, cidades-chave como Salvador, Feira de Santana, Itabuna, Ilhéus e Vitória da Conquista exibiram uma disputa acirrada que já sinaliza como se dará a correlação de forças nos próximos anos.

SALVADOR: Bruno Reis a consolidação da Oposição e o efeito Kleber Rosa

Em Salvador, o atual prefeito Bruno Reis (DEM) alcançou uma vitória expressiva, registrando o maior número de votos da história da capital, o que reflete sua boa aceitação junto ao eleitorado. Sua vitória consolida o grupo político de ACM Neto e demonstra que, mesmo com as mudanças no governo estadual, o eleitor soteropolitano mantém certa independência e respaldo aos políticos de oposição ao governo estadual.

Surpreendente foi a ascensão de Kleber Rosa (PSOL), que terminou em segundo lugar, superando Geraldo Júnior (MDB), afilhado político de Geddel Vieira Lima e apoiado pelo PT. Esse resultado expôs certa fragilidade do apoio do PT em Salvador, já que muitos eleitores petistas preferiram o candidato do PSOL como forma de protesto contra a aliança com Geraldo Júnior. Com esse resultado, o PSOL emerge como um partido que representa uma oposição de esquerda independente e autêntica, o que pode reverberar em 2026.

FEIRA DE SANTANA: José Ronaldo Reafirma a Oposição

Em Feira de Santana, José Ronaldo (UB) venceu as eleições ao lado do deputado estadual como vice, reafirmando sua posição de liderança e resistência ao governo estadual. A vitória de José Ronaldo consolida o município como um reduto de oposição e representa um fortalecimento significativo do União Brasil (UB) no interior. Feira de Santana, segunda maior cidade do estado, desempenha um papel crucial para as forças de centro-direita, tornando-se um pilar importante na composição do cenário eleitoral de 2026.

Camaçari e a Região Metropolitana de Salvador: A Força do PT

Na Região Metropolitana de Salvador, especialmente em Camaçari, o PT e seus aliados obtiveram uma vitória importante, garantindo apoio estratégico ao governo de Jerônimo Rodrigues. Camaçari, com seu papel de destaque na economia estadual, reforça a influência petista na RMS e oferece uma base sólida para o grupo governista, que deverá focar em políticas de desenvolvimento econômico e social para manter o apoio local. A RMS, com o PT como principal força, equilibra a balança de poder na capital e assegura ao governo uma presença forte no entorno de Salvador.

ITABUNA E ILHÉUS: PT Avança no Sul da Bahia

Em Itabuna e Ilhéus, o PT e seus aliados também saíram vitoriosos, expandindo a influência do governo estadual na região sul. Essa vitória consolida o domínio do PT no sul da Bahia, uma área estratégica tanto pela sua importância econômica quanto pelo seu potencial eleitoral. Com essas conquistas, o grupo de Jerônimo Rodrigues fortalece uma base que poderá ser decisiva em uma disputa estadual. O sul da Bahia, agora alinhado ao governo, oferece ao PT uma plataforma de apoio estável e representativa para 2026.

Em Itabuna, a eleição do candidato apoiado pelo governo estadual reforça o papel de Jerônimo Rodrigues como articulador regional e fortalece o PT na área. Em Ilhéus, o cenário é similar, com o prefeito eleito alinhado às diretrizes do governo. Esses avanços fortalecem o grupo governista e garantem ao PT uma base de apoio sólida no sul da Bahia, o que pode se refletir em estratégias mais ambiciosas para as eleições estaduais e federais

VITÓRIA DA CONQUISTA: Reduto de Oposição Resiliente

Em Vitória da Conquista, a terceira maior cidade da Bahia, a oposição conseguiu manter-se no poder, sinalizando que a cidade continua resistente à influência do governo estadual. Vitória da Conquista se destaca como um dos principais bastiões da oposição, oferecendo ao grupo de centro-direita uma posição forte na região sudoeste. A cidade representa um desafio para o grupo governista, que precisará encontrar novas estratégias para ampliar seu alcance nessa região até 2026.

Correlação de Forças e Projeções para 2026

Os resultados das eleições municipais na Bahia evidenciam um cenário político dividido, no qual o grupo de Jerônimo Rodrigues e o PT consolidam sua influência nas regiões sul e parte do litoral, enquanto Salvador, Feira de Santana e Vitória da Conquista se posicionam como redutos de oposição.

O PSOL sai dessas eleições fortalecido, especialmente em Salvador, onde Kleber Rosa se tornou uma opção de esquerda independente, uma alternativa que deve ganhar atenção e investimentos do partido. O MDB, com sua vitória em Feira de Santana, reforça sua posição de liderança no interior e na oposição ao governo estadual, representando um possível eixo de convergência para as forças de centro-direita na Bahia. Já o DEM e o grupo de ACM Neto, com a vitória em Salvador, continuam representando uma oposição consistente e competitiva ao governo do PT, especialmente na capital.

Enquanto isso, o grupo governista de Jerônimo Rodrigues precisa se fortalecer em Salvador e Vitória da Conquista para garantir uma disputa mais equilibrada em 2026. As alianças e o crescimento do PSOL em Salvador apontam para uma esquerda diversificada, o que pode forçar o PT a revisitar suas alianças e a buscar uma base mais ampla para assegurar seu domínio na Bahia.

As eleições municipais de 2024 redesenharam o mapa político da Bahia e deixaram claro que, embora o grupo de Jerônimo Rodrigues e o PT tenham avançado em diversas regiões, ainda há um equilíbrio de forças que desafia o domínio total do partido no estado. Salvador, com a vitória de Bruno Reis, e Feira de Santana, com a resistência de Colbert Martins, sinalizam que o campo de oposição tem potencial para competir em 2026. O fortalecimento do PSOL e o papel resiliente do MDB também sugerem que o cenário político baiano será marcado por uma disputa acirrada e complexa, que exigirá do grupo governista habilidade para articular e expandir sua influência, especialmente nos redutos de oposição.

Desempenho do PL

Nas eleições de 2024, o PL, partido que tem como maior expressão o ex-presidente Jair Bolsonaro, obteve resultados modestos na Bahia, concentrando-se em fortalecer bases na capital e em alguns municípios do interior, mas ainda sem impacto considerável no cenário estadual. Já o PSD, liderado no estado pelo senador Otto Alencar, manteve-se como uma força intermediária, garantindo influência importante em diversas cidades e servindo de ponte entre grupos aliados ao governo estadual e a oposição. O PT, no comando do governo estadual com Jerônimo Rodrigues, consolidou-se como o principal partido na Bahia, especialmente no sul do estado e na Região Metropolitana de Salvador, onde conseguiu vitórias significativas. O PSOL, por sua vez, teve um desempenho expressivo na capital, principalmente entre eleitores insatisfeitos com alianças do PT, posicionando-se como uma alternativa de esquerda com grande apelo junto ao eleitorado jovem e progressista, o que fortalece sua presença e potencial para influenciar futuras disputas estaduais.

As eleições de 2024 na Bahia criaram um mapa político de forças opostas e equilibradas, com uma oposição sólida em Salvador e nas cidades maiores do interior e um governo estadual forte na RMS e no sul baiano. A vitória de José Ronaldo em Feira de Santana, aliada à popularidade de Bruno Reis em Salvador, dá ao grupo de oposição uma plataforma robusta para 2026, enquanto o PT de Jerônimo Rodrigues encontra apoio na RMS e no sul do estado. Em 2026, tanto o governo quanto a oposição precisarão trabalhar para expandir e consolidar suas bases, em uma disputa que promete ser uma das mais competitivas dos últimos anos na Bahia.

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CARLOS NASCIMENTO
Sobre o blog/coluna
Funcionário público aposentado Editor da Revista Página de Polícia e responsável pelos Sites: paginadepolicia.com.br, tokdemia.com.br, oservidor.com e Colunista do blog politicafc.com.br.
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