Tudo que ocorre na minha vida, eu sempre faço uma reflexão, e busco fazer um comparativo de fatos e situações para que eu possa traçar um diagnóstico. As forças armadas brasileira, sempre foi um reduto de homens doutrinados a hierarquia e disciplina, porém com uma dose excessiva de subserviência. Militares sempre foram bons de oferecer comendas, condecorações, medalhas, títulos e de prestar continência, acredito que em virtude de tudo isto, foram esquecendo de utilizar 2% da massa cinzenta.
O ex-presidente Bolsonaro, declaradamente aficionado pelo Exército Brasileiro, onde foi Capitão daquela instituição, quando presidente colocou um General como chefe de segurança institucional (GSI), bem como vários outros militares em outros setores, acreditando assim, estar rodeado de competentes servidores, mas foi um ledo engano. O tiro de canhão disparado no próprio pé, por Bolsonaro, foi quando ele nomeou para diretor geral da polícia federal, Alexandre Ramagem, e o ministro Alexandre de Moraes, barrou, peitou a nomeação, e o que fez Bolsonaro? Como diz na gíria: arregou. Daquele momento em diante, Bolsonaro sentiu a sua falta de pulso, e Alexandre de Moraes sentiu o poder da sua força, inclusive sendo apoiado por centenas de militares de alta parente, que não gostaram da ideia de um ex-Capitão, desrespeitando a rígida hierarquia militar, estando ele sob o comando das forças armadas, eles aceitam até um ladrão, aliás como está aceitando, mas não aceitam a quebra da hierarquia.
A saída de Bolsonaro, com a ajuda e orientação do gabinete de segurança e demais militares que o apoiava, era dizer que estava "jogando nas quatro linhas", e sem perceber cometia mais um erro, pois contra bandidos não se joga jamais nas quatro linhas, ou seja, respeitando as leis, as regras, as normas, a constituição, ou será que Bolsonaro pensou que estava lidando com ministros com reputação ilibada? Quero acreditar que não, pois seria muita ingenuidade.
O paradoxo que faço, diante ao quanto explanado é em relação a violência desenfreada que vive hoje o Estado da Bahia, que assim como Bolsonaro, também tem neste caso um culpado, não pensem que é o Governo do Estado, o PT, ou esse, ou aquele governador, ou até mesmo esse ou aquele secretário da segurança, pois não é, primeiramente a culpa é do povo, isso mesmo, o povo que elegeu os seus governantes, e se insistem em mantê-los, é porque estão gostando do que está acontecendo. Depois, em âmbito mais específico, a segurança pública que em tese deveria ser o órgão para gerir a segurança da população, foi paulatinamente sendo destruída, perdendo a sua identidade de servir e proteger, e passando apenas a servir, mas, a servir políticos.
Os profissionais deste setor são 100% culpados desta situação, já que arrendaram as suas armas, os seus procedimentos e deixaram escapar as suas honras, aceitando fazer parte de uma camuflagem do Estado, onde os números divergem das estatísticas mentirosas apresentada pela pasta, onde a realidade vivida pela população, demonstra temor, medo, e um sentimento de que todos estão entregues a própria sorte.
O preço que se paga quando não temos um povo comprometido com o bem comum, por uma sociedade mais justa e igualitária, onde os verdadeiros valores sejam preservados, é justamente este, a de ter que conviver em um país onde os nossos representantes avançam nas pautas de liberação das drogas, aborto, desencarceramento de presos e ideologia de gênero, afinal a cultura patrocinada pela lei Rouanet, está aí para o povo ouvir e cantar Anita, Pablo Vitar, Ó Polêmico e outros "artistas". Desde de César está armado o circo, a única diferença é que hoje, falta o pão.
Bel Luiz Carlos Ferreira de Souza - Brasileiro, baiano, casado, 61 anos, servidor público aposentado pelo estado da Bahia, atualmente reside no estado do Rio Grande do Sul, com formação técnica em redator auxiliar, acadêmico em História, Direito, pós-graduado em Ciências Criminais, política e estratégia e mestrando em políticas públicas.
Contato: lcfsferreira@gmail.com
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