Após uma longa e frustrante negociação salarial, categoria é convocada para Assembleia para manifestação em busca de reconhecimento e respeito pelo governo estadual
Os Policiais Civis da Bahia participarão, nesta quarta-feira (13), de uma Assembleia Extraordinária Conjunta para definir os próximos passos na interminável negociação sobre a reestruturação salarial. A reunião, marcada para as 14h no Centro de Cultura e Esporte da Bahia (CECBA), no bairro Costa Azul, em Salvador, deverá contar com ampla participação da categoria, incluindo policiais da capital, região metropolitana e interior do estado.
A dedicação e eficiência da Polícia Civil na Bahia são evidentes no combate ao crime organizado, com resultados reconhecidos em nível nacional. De acordo com dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA), somente no primeiro semestre de 2024, mais de meia tonelada de drogas foi apreendida e 2 mil prisões foram realizadas em 101 operações policiais. No entanto, apesar desse desempenho exemplar, o reconhecimento financeiro permanece insuficiente. Levantamento recente da Confederação dos Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol) aponta que os policiais civis da Bahia recebem o segundo pior salário do Brasil, uma realidade contrastante para o estado com o maior PIB do Nordeste.
A reestruturação salarial, que deveria ter sido uma prioridade do governo, se arrasta há meses sem uma proposta satisfatória. A cada nova rodada de negociação, o governo estadual adota um tom de indiferença, estendendo um processo que parece mais focado em protelar do que em resolver a questão. O governo ignora a urgência da valorização dos policiais, cujo trabalho impacta diretamente a segurança e o bem-estar da população baiana.
Para a categoria, essa assembleia não é apenas uma oportunidade de decisão, mas um grito de exaustão diante de um processo marcado pela falta de respeito e compreensão do governo em relação ao papel crucial da segurança pública. A expectativa é que a assembleia gere uma postura firme das entidades sindicais, consolidando uma posição que efetivamente faça jus à importância dos policiais civis da Bahia.
Cansados da longa e frustrante negociação salarial, os policiais civis baianos clamam por uma resposta concreta do governo. A categoria espera que essa mobilização finalmente resulte em uma solução justa e digna para aqueles que arriscam a vida diariamente. A paciência dos policiais civis se esgota, e a Assembleia desta quarta-feira é a chance para mostrar que não há mais espaço para procrastinação – é hora de ação e respeito.
LOCAL DA ASSEMBLEIA
CASO DE POLÍCIA
JUSTIÇA SALARIAL PARA POLICIAIS CIVIS DA BAHIA: Um Clamor por Igualdade na Compensação de Risco
Apesar do maior PIB do Nordeste, Bahia paga o segundo pior salário do país a Investigadores e Escrivães, expondo uma discrepância alarmante na valorização dos profissionais da segurança pública.
O pedido de reparação ao Governo do Estado da Bahia enfatiza a necessidade de uma compensação monetária justa pelo risco inerente à atividade policial, uma profissão marcada pela exposição constante a situações de perigo. As entidades de classe dos Policiais Civis da Bahia realizaram um estudo detalhado sobre a Gratificação da Atividade Policial (GAP), uma bonificação essencial para compensar os riscos e desafios enfrentados diariamente pelos agentes de segurança pública.
A análise evidencia uma discrepância expressiva entre o valor da GAP pago aos Delegados de Polícia e Peritos Médico/Odontológicos, a partir da Classe 2, e o valor recebido pelos Investigadores e Escrivães de Polícia. Observou-se que o valor da gratificação para Delegados e Peritos pode ultrapassar em 200% a quantia destinada aos Investigadores e Escrivães. Essa diferença substancial não condiz com o princípio de igualdade de risco enfrentado por todos esses profissionais, cujas vidas estão igualmente expostas a situações de alto perigo.
De acordo com o Art. 17 da Lei 7.146/97, a GAP tem como objetivo compensar o risco da atividade policial. Nesse contexto, surge a questão fundamental: a vida de um Investigador ou Escrivão de Polícia tem menos valor do que a de um Delegado ou Perito? A resposta parece evidente, mas a prática atual de bonificação no estado da Bahia sugere, de forma injusta, uma diferenciação baseada no cargo, em vez de considerar o risco inerente à atividade.
A solicitação de reparação é uma demanda legítima que visa corrigir essa injustiça, propondo que o Governo do Estado da Bahia estabeleça uma compensação igualitária para todos os policiais civis, independentemente do cargo ocupado. Dessa forma, espera-se que a negociação salarial em curso inclua essa reivindicação, reconhecendo o valor e a importância do trabalho dos Investigadores e Escrivães, que arriscam suas vidas diariamente em prol da segurança pública.
Apesar de a Bahia ser o estado com o maior Produto Interno Bruto (PIB) do Nordeste, o que deveria ser um reflexo de desenvolvimento e valorização dos serviços essenciais, os policiais civis recebem o segundo pior salário do país. Isso apenas reforça a urgência de uma resposta justa e digna para esses profissionais, que merecem a devida valorização financeira pelo importante papel que desempenham na sociedade.
Clique e ACESSE na íntegra do documento elaborado pelas Entidades:
TABELAS APRESENTADAS P/GOVERNO COMO PROPOSTA
Tabela 01 - Tabela 02 - Tabela 02
Tabela 01
Tabela 02
Tabela 03