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POLÍTICA PARTIDÁRIA E SUPOSTAS COBRANÇAS SOBRE AMBULANTES: Conflito atinge o Esporte Clube Vitória e ameaça a Tradição do Futebol
Ação de opositores à atual administração e reações divergentes dividem Torcedores da Frente Vitória Popular e Ambulantes no estádio Manuel Barradas “Barradão.”
12/11/2024 16h43 Atualizada há 2 dias
Por: Carlos Nascimento Fonte: Editoria de Esportes

O Esporte Clube Vitória, clube de grande tradição no futebol brasileiro, tornou-se recentemente palco de um embate entre ambulantes, a  Frente Vitória Popular e o conselheiro Moisés Almeida, com alegações divergentes sobre a organização e cobrança de taxas no entorno do estádio Barradão. O conflito teve início após a emissão de notas de repúdio contraditórias: de um lado, ambulantes expressaram apoio ao conselheiro, agradecendo por sua ajuda e transparência; de outro, o grupo Frente Vitória Popular acusou Moisés de imposição de taxas abusivas e falta de clareza na comunicação, gerando desconforto entre os trabalhadores e torcedores.

A administração do Esporte Clube Vitória também se pronunciou, esclarecendo que não autoriza qualquer cobrança por parte do clube e que a estrutura de realocação dos ambulantes foi estabelecida pela Secretaria Municipal de Mobilidade de Salvador (Semob), com apoio do clube, visando melhorar as condições e a segurança no entorno do estádio Barradão. Segundo o clube, uma comissão formada por ambulantes é responsável pela gestão do novo espaço, onde foi construída uma área com infraestrutura para acomodar as barracas de forma organizada e segura.

SUPOSTAS COBRANÇAS E POLÊMICA: Quando o Futebol se torna Palco de Influência Partidária?

As acusações e desmentidos envolvendo a administração do estádio Barradão e o conselheiro Moisés Almeida apontam para um possível direcionamento de interesses partidários no contexto do clube, levantando questionamentos sobre o papel da política dentro do esporte. Enquanto alguns ambulantes defendem a atuação de Almeida, alegando que suas ações resultaram em benefícios  e melhor organização, o grupo Frente Vitória Popular critica a presença de políticas unilaterais e abusivas, sugerindo que o interesse político pode estar contaminando as decisões internas do clube.

A polêmica em torno das taxas cobradas e a divisão de opiniões expõem um problema crescente no futebol brasileiro: a entrada de interesses político-partidários no ambiente esportivo, que, historicamente, buscou representar as massas de forma democrática, sem distinções de classe ou ideologia. A influência da política dentro do esporte ameaça comprometer a essência do futebol como um espaço neutro e de celebração coletiva.

O Futuro do Futebol nas Mãos dos Torcedores

O conflito no Esporte Clube Vitória exemplifica como a política partidária tem encontrado novas formas de infiltração, desta vez em clubes de futebol, somando-se à influência já controversa das casas de apostas. Esse cenário levanta um alerta aos torcedores: cabe à torcida repudiar qualquer tentativa de transformar o futebol em um espaço para promoção de agendas políticas ou interesses econômicos, preservando o esporte como um bem cultural de todos, sem distinções partidárias ou econômicas.

O futebol deve continuar sendo o esporte das multidões, onde cores, bandeiras e faixas simbolizam apenas a paixão pelo clube e pela vitória dentro de campo.

Abaixo, íntegra das NOTAS DE REPÚDIO, emitidas pelos ambulantes em apoio ao conselheiro Moisés Almeida, nota de repúdio da Frente Vitória Popular, que expõe críticas à suposta atuação do conselheiro, e a posição oficial do Esporte Clube Vitória sobre o assunto, buscando esclarecer a situação aos torcedores e à sociedade.

Nota de Repúdio à “NOTA DE REPÚDIO"

"Nós, ambulantes das imediações do Barradão, viemos a público expressar nossa profunda indignação com a nota emitida por um grupo, que contém graves inverdades e distorce a realidade da nossa relação com o Conselheiro do Esporte Clube Vitória, o sr. Moisés Almeida.
Ao contrário do que foi afirmado, Moisés Almeida tem sido nosso maior aliado, ajudando a organizar nosso trabalho. 

Vamos a verdades dos fatos: 
1. As decisões, especialmente referentes a valores, são tomadas pelos ambulantes em votação realizada em reuniões; 

2. Na nossa primeira reunião, não tínhamos dinheiro. Solicitamos do Conselheiro Moisés Almeida um empréstimo e Ele realizou transferência bancária; 

3. Foi aprovada em reunião com os ambulantes a contribuição inicial de R$ 200,00 por barraca e R$100,00 por isopor, (dividido em duas ou mais parcelas) e mensalidade R$ 80,00 barraca e R$ 40,00 para isopor.

4. O valor arrecadado tem sido usado para cobrir custo operacional como: segurança, limpeza, compra de materiais de limpeza, iluminação e outras despesas e servirá para pagar os custos com a criação de nossa associação; 

5. Todo o dinheiro é supervisionado por um conselho fiscal, formado apenas por ambulantes, que autoriza todos os pagamentos. 

Nosso grupo reconhece e agradece o apoio do Conselheiro Moisés Almeida, todo seu trabalho e esforço para melhorar nosso local venda, como todos os torcedores que chegam ao estádio podem ver. 
Entendemos que seria correto apurar a denúncia junto aos ambulantes antes de emitir nota. Ela “longe de promover diálogo e soluções”, promove divisão e dissemina mentiras que afetam o Clube e o Conselheiro Moisés Almeida. 
Cabe agora a diretoria do Esporte Clube Vitória continuar apurando os fatos, responsabilizar os disseminadores de mentiras e divulgar a verdade para os torcedores e toda a sociedade."

Nota de Repúdio
À Diretoria do Esporte Clube Vitória,É com profunda preocupação e indignação que recebemos relatos sobre a conduta do Conselheiro Moisés Almeida, que tem imposto cobranças abusivas e regras unilaterais aos ambulantes que trabalham nas imediações do Barradão.

Segundo relatos, o Conselheiro supramencionado exige o pagamento de R$ 200,00 para que os ambulantes possam exercer suas atividades durante os jogos. Tal valor é considerado abusivo, especialmente quando comparado aos valores praticados em outros locais, como feiras populares no Rio de Janeiro, onde a taxa é de R$ 120,00.

Além da cobrança exorbitante, as regras impostas pelo Conselheiro carecem de transparência e legitimidade, sendo comunicadas de forma informal através de um grupo de WhatsApp. A falta de um canal formal de comunicação e a ausência de critérios claros para a organização dos ambulantes causam insegurança e prejudicam a atividade comercial destes trabalhadores.

É inadmissível que o Esporte Clube Vitória, instituição que preza pela ética e respeito, permita que um conselheiro supostamente utilize de seu cargo para impor cobranças abusivas e tomar decisões unilaterais que impactam diretamente a vida de trabalhadores que dependem da renda gerada em dias de jogos.

Diante do exposto, solicitamos que a Diretoria do Esporte Clube Vitória apure os fatos aqui relatados com rigor e tome as providências cabíveis para:

- Esclarecer à torcida e aos ambulantes a legitimidade das cobranças e regras impostas pelo Conselheiro Moisés Almeida;

- Apresentar os custos que justificam a cobrança da taxa de R$ 200,00, detalhando os serviços oferecidos aos ambulantes;

- Estabelecer um canal formal e transparente de comunicação com os ambulantes, garantindo o direito à informação e participação nas decisões que os impactam;

- Criar um regulamento claro e objetivo para a organização dos ambulantes em dias de jogos, com critérios justos e equitativos;

- Adotar medidas para coibir e responsabilizar condutas abusivas por parte de membros da diretoria e conselho.

Acreditamos que o diálogo e a busca por soluções conjuntas, que respeitem os direitos dos trabalhadores e garantam a ordem no entorno do estádio, são essenciais para que o Esporte Clube Vitória continue sendo um espaço democrático e inclusivo.

Frente Vitória Popular
Salvador, 07 de novembro de 2024

CONFIRA NOTA DO VITÓRIA NA ÍNTEGRA
"O Esporte Clube Vitória esclarece que não cobra e autoriza a cobrança de taxa para o ambulante se estabelecer na praça de alimentação construída em frente ao novo estacionamento, nos dias de jogos no Estádio Barradão. A relocação dos ambulantes para a área foi feita de acordo com os critérios impostos pela Semob (Secretaria Municipal de Mobilidade) em comum acordo com o clube e o cadastramento realizado por uma comissão composta por cinco ambulantes e criada com essa finalidade. Cabe, inclusive, à comissão a gestão da área. 
O espaço, dotado com toda infraestrutura – banheiros, asfalto, quiosques oferecidos pela Ambev a pedido do clube – foi construído com apoio da Prefeitura de Salvador e o propósito de proporcionar melhores condições aos ambulantes que antigamente montavam as barracas ao longo da Rua Artêmio Valente, ocasionando transtornos ao trânsito e colocando os torcedores em risco de acidentes". 

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