Manoel Porfírio pensa em disputar a Prefeitura de Itabuna na sucessão de 2028? Não há nada de espantoso na pergunta.
Porfírio, além de ter sido o candidato à Câmara de Vereadores mais votado, sufragado por quase 3500 eleitores, será o próximo presidente da Casa Legislativa.
Disputando o cobiçado comando do centro administrativo Firmino Alves, o reeleito vereador vai sentir na pele o que o então prefeiturável Fabrício Pancadinha (SDD) sofreu : o preconceito de uma significativa parcela do eleitorado.
Dizer que não existe racismo no Brasil é o mesmo que acreditar na existência da mulher de sete metros que perambulava, completamente nua, na rodovia Itabuna-Ilhéus.
Salta aos olhos que o petista Manoel Porfírio só será candidato se tiver o aval do prefeito Augusto Castro, reeleito pelo PSD, ficando na história política de Itabuna como o primeiro alcaide que conquistou o segundo mandato consecutivo.
Outros edis também sonham em ter o apoio do chefe do Executivo na sua sucessão, como, por exemplo, Zé Alberto, eleito pelo PSB. Vale lembrar que a legislação eleitoral não permite a busca do terceiro mandato consecutivo ou, se o caro e atento leitor preferir, à re-reeleição.
O prefeito Augusto Castro, se questionado sobre a eventual candidatura de Porfírio, vai dizer que acha natural sua pretensão, que é legítima e democrática. Não vai querer se indispor com quem está prestes a ser a maior autoridade do Poder Legislativo municipal.
O bom conselho para o prefeito Augusto Castro é que sua decisão de apoiar fulano, sicrano ou beltrano, seja assentada em muita reflexão.
No movediço e traiçoeiro mundo da política, a criatura costuma se voltar contra o criador, apunhalá-lo pelas costas, sem dó e piedade.
COLUNA WENSE, QUINTA-FEIRA, 14.11.2024.
Marco Wense - Itabunense, Advogado e Articulista de Política. Assina a Coluna Wense, publicada diariamente em vários sites e blog da Bahia.
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