Nos últimos anos, observa-se uma tentativa silenciosa, mas persistente, de desmantelar a identidade do SINDPOC – Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia. Essa ameaça vem não apenas de fora, mas, surpreendentemente, de dentro do próprio meio sindical, onde figuras ligadas ao Sindgov já admitem publicamente a aceitação de planos para esvaziar a representatividade do SINDPOC. Um exemplo claro é a forma como tratam os peritos técnicos, oficiais legistas e criminalistas, como se fossem parte de uma polícia judiciária distinta, o que mina a unidade da categoria policial civil baiana.
Desde sua fundação, em 1989, em plena época do Carlismo, o SINDPOC foi pioneiro no sindicalismo policial, conquistando registro no Ministério do Trabalho e enfrentando governos autoritários. No entanto, desde a invasão da entidade em 2008, o sindicato tem sofrido uma estratégia calculada de enfraquecimento, que visa não apenas destruir sua identidade, mas apagar sua marca histórica. O objetivo parece ser substituir a força do SINDPOC por outras entidades menores, que não possuem a mesma representatividade e relevância.
A Fragmentação e seus Efeitos Nocivos
Essa divisão interna é resultado de uma visão elitista de alguns segmentos da própria polícia, que se consideram donos da instituição pública e rejeitam a ideia de uma representação sindical única e unificada. Em vez de promover a renovação e a unidade, alguns policiais passaram a se alinhar a esse pensamento fragmentador, tornando-se serviçais de uma lógica que despreza a igualdade e a solidariedade entre os membros da categoria.
Esse processo tem sido habilidoso ao se disfarçar como uma iniciativa de “bom serviço”, mas na verdade enfraquece a essência da luta sindical. O SINDPOC sempre foi reconhecido pela sua força natural na defesa dos direitos da categoria policial civil. Hoje, essa mesma força está sendo esvaziada em um esforço deliberado para “sugar o sangue” das lutas passadas, liquidar sua representatividade e enterrar o legado de um sindicato que já foi a maior referência de resistência e defesa da Polícia Civil da Bahia.
A Luta pelo resgate da Identidade e da Unidade
O SINDPOC foi construído com o empenho de dirigentes abnegados e de uma categoria destemida, que enfrentou de cabeça erguida tanto o governo atual quanto governos anteriores. Agora, diante das tentativas de enfraquecimento, é essencial que os veteranos, recém-chegados e todos que se identificam com essa história lutem pelo resgate de uma Polícia Judiciária unificada e forte na Bahia.
Manter viva a identidade do SINDPOC é mais do que preservar um nome – é honrar o legado de resistência e garantir que a categoria policial civil tenha um futuro digno e representativo. Aos que tentam sepultar essa história e entregar o sindicato ao esquecimento, um aviso: a história do SINDPOC não será apagada. Os serviçais que tentam fragmentar essa luta talvez não entendam a força da categoria, mas a certeza é que seus nomes jamais serão lembrados como páginas dessa gloriosa trajetória.
Viva o SINDPOC! Viva a união e a força dos Policiais Civis da Bahia!
(*) Crispiniano Daltro é administrador, pós-graduado em Gestão Pública de Municípios/UNEB, atuou como Coordenador e professor do curso de Investigador Profissional/Facceba. Exerceu a função de Investigador da Polícia Civil/Ba, consolidando uma trajetória marcada pelo engajamento em prol da categoria policial e da sociedade.
Com forte histórico de ativismo, Crispiniano já foi presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (SINDPOC), onde liderou mobilizações em prol dos profissionais da Segurança Pública. Foi Coordenador da Federação dos Trabalhadores Públicos da Bahia (FETRAB).
Atualmente, além de sua militância, ele compartilha reflexões e análises nos sites Página de Polícia e O Servidor, onde mantém a Coluna Crispiniano Daltro. Sua atuação abrange discussões sobre segurança pública, política e direitos trabalhistas, consolidando-o como uma voz ativa na busca por justiça e reconhecimento profissional para os servidores públicos.
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