Recusar os 22% oferecidos pelo governo não foi apenas um erro estratégico do Sindpoc; foi um erro coletivo, avalizado por muitos que, no calor do momento, deixaram de priorizar o interesse da categoria. Após assistir à assembleia, ficou evidente que o discurso predominante não era de diálogo, mas de oposição política, onde a necessidade dos policiais foi secundarizada em prol de um embate entre situação e oposição.
Essa postura negligente ignorou o impacto real sobre Investigadores, Escrivães, Peritos Técnicos e Delegados de polícia, especialmente aqueles aposentados que vivem com a corda no pescoço, reféns de empréstimos e das dificuldades financeiras. Enquanto alguns priorizava a retórica e os posicionamentos ideológicos, a base da categoria, esmagada pela crise, assistia incrédula à oportunidade de uma negociação se desfazer.
O comportamento visto na assembleia e nas redes sociais gerou revolta. Talvez foi essa indignação que motivou o recuo estratégico da ADPEB e dos Peritos Oficiais, decidirem continuar as tratativas com o governo. No entanto, agora que a decisão já foi tomada, os danos estão feitos e “Inês está morta”.
Reconstruir para Avançar
O Sindpoc precisa reconhecer que errou e, mais do que isso, buscar uma reconciliação interna com a oposição para tentar minimizar os prejuízos causados à categoria. O momento exige união e foco na retomada de uma negociação que atenda às necessidades da maioria dos policiais. É hora de repensar as estratégias e lembrar que, acima de tudo, o propósito deve ser a valorização e o bem-estar de cada membro dessa categoria que, diariamente, enfrenta desafios por uma segurança pública mais justa e eficiente.
Aguardemos os próximos passos, com a esperança de que, desta vez, a prioridade seja a categoria, e não os interesses políticos.
(*) Crispiniano Daltro é administrador, pós-graduado em Gestão Pública de Municípios/UNEB, atuou como Coordenador e professor do curso de Investigador Profissional/Facceba. Investigador de Polícia Civil aposentado, consolidando uma trajetória marcada pelo engajamento em prol da categoria policial e da sociedade.
Crispiniano já foi presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (SINDPOC), onde liderou mobilizações em prol dos profissionais da Segurança Pública, também foi Coordenador da Federação dos Trabalhadores Públicos da Bahia (FETRAB).
Atualmente, além de sua militância, ele compartilha reflexões e análises nos sites Página de Polícia e O Servidor, onde mantém a Coluna Crispiniano Daltro. Sua atuação abrange discussões sobre segurança pública, política e direitos trabalhistas, consolidando-o como uma voz ativa na busca por justiça e reconhecimento profissional para os servidores públicos.
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