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Sexta-feira 13: Mitos, Mistérios e Superstições

A origem de uma das datas mais temidas do calendário. O Número 13 na Política Brasileira.

Carlos Nascimento
Por: Carlos Nascimento Fonte: Editoria/Cultura
13/12/2024 às 13h55
Sexta-feira 13: Mitos, Mistérios e Superstições

A sexta-feira 13 é amplamente conhecida como um dia de azar, cercado por superstições e mitos que atravessaram gerações. Mas de onde vem essa reputação sombria? A resposta está na confluência de tradições religiosas, eventos históricos e numerologia, que juntos construíram o simbolismo desse dia.

A Numerologia e o Cristianismo
O número 13 sempre teve uma conotação negativa em várias culturas. Na numerologia, ele é visto como um número irregular, quebrando a harmonia do número 12, que simboliza completude (como os 12 meses do ano, os 12 apóstolos ou as 12 tribos de Israel). No Cristianismo, a superstição ganhou força com a Última Ceia: Jesus Cristo reuniu-se com seus 12 apóstolos na quinta-feira antes de sua crucificação, sendo Judas Iscariotes, o traidor, o 13º participante do jantar. Sua morte, ocorrida em uma sexta-feira, reforçou a associação entre o dia e eventos trágicos.

Eventos Históricos e Culturais
Alguns historiadores apontam para a sexta-feira, 13 de outubro de 1307, como um marco que fortaleceu a superstição. Nesse dia, o rei Filipe IV da França ordenou a prisão em massa dos Cavaleiros Templários, acusados de heresia. Muitos dos cavaleiros foram torturados e mortos, e o evento passou a ser lembrado como uma data de má sorte.

Além disso, culturas pagãs também atribuíram à sexta-feira conotações especiais. Para os nórdicos, a deusa Frigg, associada ao amor e à fertilidade, foi demonizada durante a cristianização da Europa. Seu nome deu origem à palavra "Friday" (sexta-feira, em inglês), e algumas lendas afirmam que ela se vingava reunindo-se com 12 bruxas, totalizando 13 participantes em rituais de má sorte.

O Medo na Cultura Popular
A fama da sexta-feira 13 foi consolidada no século XX, especialmente após o lançamento do filme de terror Sexta-Feira 13 (1980). O sucesso da franquia popularizou ainda mais as superstições e reforçou o medo associado ao dia.

Embora suas raízes estejam em tradições religiosas, eventos históricos e lendas, a sexta-feira 13 transcendeu o tempo e as culturas para se tornar um fenômeno global. Mais do que apenas um dia no calendário, ela reflete o poder das histórias e do imaginário coletivo em moldar crenças e comportamentos. A data nos mostra como a humanidade, ao longo dos séculos, tenta dar sentido a eventos misteriosos ou trágicos, atribuindo-lhes significados simbólicos.

Curiosamente, a sexta-feira 13 também revela o lado fascinante e até contraditório da mente humana: enquanto alguns se apegam à superstição e evitam tomar decisões importantes nesse dia, outros veem a data como uma oportunidade para desafiar o destino, promovendo eventos e celebrações para exorcizar o medo. Isso ressalta como as crenças populares podem influenciar não apenas as emoções, mas também as práticas sociais e econômicas — desde o planejamento de viagens até a construção de prédios sem o 13º andar.

Independentemente de sua perspectiva, a sexta-feira 13 nos convida a refletir sobre como o passado continua a influenciar o presente e como a cultura, alimentada pela narrativa e pela imaginação, é capaz de transformar um simples dia em um símbolo de mistério, medo e fascínio. Afinal, a sexta-feira 13 é menos sobre azar e mais sobre as histórias que contamos para entender o desconhecido.

O Número 13 na Política Brasileira
No Brasil, o número 13 ganhou uma dimensão completamente diferente ao ser adotado como símbolo oficial do Partido dos Trabalhadores (PT), fundado em 1980. Enquanto em muitas culturas o número carrega conotações negativas, para o PT ele simboliza a luta por justiça social, igualdade e os valores progressistas que moldaram a história do partido. Essa identificação ficou ainda mais marcada com a ascensão de figuras emblemáticas como Luiz Inácio Lula da Silva, que ocupou a Presidência da República e consolidou o 13 como um número amplamente reconhecido e polarizador na política nacional.

Curiosamente, a associação ao 13 na política contrasta com a superstição tradicional. Para os apoiadores do PT, o número é um emblema de esperança e transformação. Para os críticos, porém, ele muitas vezes carrega uma carga negativa, intensificada pelos debates políticos e ideológicos que permeiam o cenário brasileiro.

A sexta-feira 13 é um exemplo fascinante de como o simbolismo de um número pode ser moldado por histórias, crenças e contextos culturais. No caso do Brasil, o número 13 transcendeu sua reputação supersticiosa para se tornar um símbolo político com significados diversos, dependendo do ponto de vista de quem o interpreta.

Essa dualidade revela o poder do número 13 em unir e dividir, em inspirar esperança para uns e temor ou desconfiança para outros. Mais do que azar ou sorte, o 13 se transformou em um espelho das narrativas que as pessoas escolhem acreditar, sejam elas baseadas na superstição, na religião ou na política. Assim, ele nos lembra que, no final, os números não têm poder próprio — é a história que contamos sobre eles que os define.

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