O chefe do Palácio dos Bandeirantes age com sabedoria política quando declara que "o candidato viável vai ser o próprio Bolsonaro ou aquele que ele ungir", que o ex-presidente é a "grande liderança da direita".
Tarcísio vem afirmando, de maneira incisiva, que não abre mão da reeleição, que tem um compromisso com o eleitorado que votou nele para ser governador por quatro anos.
Tarcísio sabe que discutir a possibilidade de ser presidenciável com Bolsonaro dizendo que é candidato, acreditando que a inelegibilidade decretada pelo TSE vai ser revista pelo STF ou por outro caminho via Congresso Nacional, pode irritar seu maior "cabo eleitoral" na eleição para o cargo mais cobiçado do Poder Executivo.
Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que Tarcísio será candidato a presidente se for apontado por Bolsonaro. O "compromisso" com o eleitorado paulista deixa de existir.
Outro ponto que pode influenciar na decisão de Tarcísio são as pesquisas. Se o governador sentir que Lula pode se reeleger, não vai trocar o que acha como favas contadas - sua reeleição para o governo de São Paulo - por uma incerteza de sair vitorioso na sucessão presidencial.
Recente pesquisa do instituto Quaest diz que Lula (PT) venceria Tarcísio de Freitas, em um eventual segundo turno, com uma diferença significativa: 52% versus 26%.
A verdadeira intenção de Tarcísio de Freitas é não se atritar com o ex-presidente Bolsonaro e com seus filhos. Sabe que o sonho presidencial está na dependência do apoio do bolsonarismo. Do contrário, passa a ser um gigantesco pesadelo.
Tarcísio de Freitas vai continuar com o discurso de que irá cumprir na íntegra o mandato de governador. Nos bastidores, longe dos holofotes e do povão de Deus, a conversa é outra. Completamente diferente.
COLUNA WENSE, QUARTA-FEIRA, 18.12.2024.
Marco Wense - Itabunense, Advogado e Articulista de Política. Assina a Coluna Wense, publicada diariamente em vários sites e blog da Bahia.
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